Explore 'KinnPorsche' no SubNovelBL: A saga de Porsche, lutador e guarda-costas de Kinn, em um mundo de amor, perigo e máfia.

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Capítulo 20 da Novel de KinnPorsche – Perdidos

Porsche

O céu começou a ficar claro e eu não tenho ideia de que horas são o quanto tempo tinha dormido. O que eu sei é que me sinto muito melhor que ontem. Mesmo que eu ainda esteja dolorido em alguns lugares, minha condição melhorou em relação ao que estava antes.

— Você já está acordado? — Uma voz rouca ecoou nas minhas costas enquanto Kinn, que estava segurando minha mão, começou a se mexer. Sua respiração na parte de trás do meu pescoço me dá calafrios instantâneos.

— …

— Você dormiu bem? — Ele perguntou baixinho.

— Sim. — Respondo no mesmo tom baixo. Não quero admitir, mas o abraço dele é muito caloroso e estou me sentindo um pouco apegado a ele.

— Então se levante. Você está machucando meu braço, tá ficando dormente. — O tom de Kinn era brincalhão.

— Solte a minha mão, então eu levanto. — Eu digo em um tom prático.

Eu abro sua mão e apressadamente me empurro para longe do corpo dele. Kinn solta uma risada baixa e viril e eventualmente se senta. Depois de alguns alongamentos, ele levanta e pega uma camisa, pegou a minha e jogou na minha direção, fazendo com que eu levantasse as mãos para pegar. Eu imediatamente coloquei minha camisa e notei que Kinn estava andando em direção a entrada da caverna.

— Onde você está indo? — Perguntei.

— Vou apenas dar uma olhada no céu. Espere aqui, eu já volto.

Eu não respondi a ele e apenas fiquei sentado no mesmo lugar olhando para suas costas largas enquanto ele saia. Ontem a noite, por mais que eu odeie admitir, a sensação de sua pele quente contra a minha era tão confortável como se eu estivesse dormindo em uma cama macia, com um cobertor quente me cobrindo.

E o pior é que eu não achei incômodo e permiti que ele me abraçasse até de manhã.

Balancei minha cabeça, tentando o meu melhor para sair da minha ilusão, e procurei por algumas folhas molhadas para apagar o resto do fogo. Precisamos sair desse lugar ou tudo sobre essa floresta vai me deixar louco.

Quão longe já entramos na floresta? Receio que corremos tão rápido ontem que não conseguiremos encontrar o caminho para sair desta floresta. Pelo menos não estou sozinho.

•••

Já faz meia hora, mas ainda não há sinal nenhum de Kinn voltando, então decidi procurá-lo.

Ele se perdeu?

Com a espessura das árvores e a escuridão da floresta, a possibilidade dele se perder é real. Eu sei que não deveria estar com medo desse jeito, mas o pensamento de Kinn perdido na floresta está me deixando extremamente ansioso.

Eu ainda sou seu guarda-costas chefe, então sua segurança é minha prioridade. É isso, essa é provavelmente a razão pela qual estou assim, certo?

Ando alguns metros para longe da caverna enquanto continuo procurando por Kinn, mas ainda não há vestígios do desgraçado.

Ele fugiu e me deixou sozinho aqui na floresta?

Talvez ele já pensasse em mim como um fardo, então ele me deixou aqui para morrer de fome. Esse maldito desgraçado é astuto, então minha teoria pode estar certa.

Eu estava imerso em meus pensamentos quando de repente um barulho estranho chamou minha atenção. Meus passos param quando chego a margem do rio e franzo a testa. O som repentino de madeira quebrando e um forte impacto de algo caindo na água chega aos meus ouvidos, me fazendo estremecer de medo.

Tento diminuir a tensão que sinto de repente, considerando que provavelmente era Kinn brincando na água. Mas a outra parte de mim grita que talvez ele tenha sido sequestrado por algum tipo de criatura da floresta e agora está sendo esquartejado até a morte.

Não quero ver com meus próprios olhos, mas meus pés me traem e ando rapidamente na direção do som.

— Que merda você tá fazendo, Kinn!? — Puxo uma lufada de ar e ando até Kinn segurando uma lança de madeira?

Quando me recuperei da minha surpresa, imaginei que ele provavelmente tenha feito com os galhos próximos.

— Está com fome? — Ele não respondeu a minha pergunta, mas me respondeu com uma pergunta também. Então concentrou toda sua atenção no que quer que estivesse fazendo.

— Um pouco. — Finalmente respondi.

— Só espere um pouco mais e ah, você pode lavar o rosto naquele riacho primeiro. — Ele instruiu e eu apenas balancei a cabeça em resposta.

Mantendo meu olhar sobre ele enquanto caminho em direção ao riacho confuso. Kinn dá um passo para trás e então avança em direção a água de uma maneira desajeitada, me fazendo franzir ainda mais a testa.

Me agacho na beira do rio e jogo no rosto a água do riacho. Estava frio, mas foi o suficiente para me fazer sentir revigorado. Continuei lavando meu rosto e meus braços, mas Kinn continuou jogando água para todos os lados.

Fico irritado com ele brincando e sem aguentar mais, me levanto e vou em direção a Kinn.

— Pelo amor de Deus, que porra você tá fazendo, Kinn? — Perguntei a ele enquanto minhas mãos descansavam frouxamente na minha cintura.

— Pegar um peixe, o que mais seria? — Ele disse isso sem sequer olhar na minha direção. Apenas olhando seriamente para a água enquanto segurava o bastão longo e pontiagudo na mão enfiando aleatoriamente na água.

— Hãn? E que tipo de peixe você tá tentando pegar? — Pergunto surpreso.

— Estamos presos na floresta, é óbvio que precisamos de comida. Você já jogou um jogo de sobrevivência antes? — Ele falou com confiança e minha boca ficou aberta com sua resposta.

Fiquei atordoado por um momento, e eventualmente voltei aos meus sentidos, então tentei segurar minha risada. Esse idiota é tão ingênuo, que ele acha que será capaz de pegar um peixe simplesmente lançando aleatoriamente na água.

Você está brincando comigo, Kinn? Nem mesmo o peixe mais estupido será pego com esse método desleixado.

— No começo eu estava tentando encontrar uma galinha, procurei em todos os lugares, mas ainda não consegui achar uma. Então vamos nos contentar com os peixes primeiro.

Eu que estava bebendo a água do riacho, quase me engasguei com a resposta de Kinn.

Uma galinha? Na floresta? O último filme que você assistiu foi "Angkor"? Este não é o tipo de filme, no qual galinhas apareceram magicamente do nada Kinn.

Incapaz de conter o riso, vou até uma bananeira próxima e vejo que tem frutos. Eu estendo minhas mãos e pego os maduros para comer. Então me sento ao lado da árvore e olho para o Kinn idiota, que fica lançando o graveto na água aleatoriamente.

Se aquela água pudesse falar, provavelmente teria amaldiçoado Kinn até a morte. Mas temos que dar crédito ao nosso jovem mestre por levar isso a sério.

Eu rio baixinho para mim mesmo.

Outro lado dele foi revelado e é tão refrescante de ver. Eu o observo por um longo tempo e apenas me sento confortavelmente ao lado da bananeira comendo seu fruto.

— Droga! Por que é tão difícil pegar um peixe!? — Kinn disse em frustração.

— Então é isso que você está tentando pegar? Eu pensei que você estava fazendo um ritual e dançando por aí. —  Eu disse para ele enquanto segurava minha risada.

— O que você disse? — Ele rosnou para mim.

— Nada. — Eu imediatamente respondo e viro minha cabeça na outra direção. O bastardo me dá um olhar de reprovação e eventualmente diz.

— Eu vi a água ondulando e pensei que eram peixes nadando ao redor. Mas acontece que não era. — Ele diz frustrado e se vira para olhar para mim com o rosto mal-humorado.  — Então, que merda você está fazendo?

— Comendo? — Eu digo em uma voz prática.

— Por que você não me disse que tinham bananas para comer? — Kinn caminhou em minha direção.

— Bom, você disse que queria peixe. Eu não queria estragar seu mundinho encantado. — Envio um pedaço de banana na boca enquanto Kinn caminha na minha direção e pega uma banana.

— Por que é tão fácil no jogo? — Ele suspirou e eu quase me engasguei com a banana enquanto limpava as laterais da minha boca.

Você é incrível Kinn, surpreendentemente estúpido.

— E agora é? — Respondo para ele, novamente segurando minha risada.

— Se apresse, ainda precisamos encontrar uma saída. O céu já está ficando escuro, precisamos sair daqui, caso contrário, vamos ser pegos pela chuva e ficaremos presos aqui de novo, como na noite passada. — Kinn jogou uma casca de banana na minha cabeça. Caiu no meu rosto e eu estava prestes a explodir com ele, mas seria apenas uma perda de tempo e energia.

Esse merdinha.

— Você lembra pra que lado correu? — Perguntei. Mas ele apenas fez uma careta cheia de confusão e virou o olhar para outra direção, enquanto contava algo com os dedos. — Você se lembra ou não? — Eu pergunto a ele novamente com uma voz ameaçadora. — Não me diga que você não sabia porque eu já te avisei que está escuro, mas você continuou correndo como um psicopata bárbaro!

— Sua febre já baixou, não foi? — Kinn de repente mudou de assunto, falando em um tom suave enquanto colocava a mão na minha testa, me pegando desprevenido.

Eu ia dizer algo para ele, mas engoli meus pensamentos junto com minha raiva por causa do seu gesto.

— S-sim, eu acho. — Consegui responder.

Quando nós dois estávamos cheios, esperei Kinn descobrir para onde estávamos indo. Ele disse que sabia para onde estávamos indo e estava familiarizado com esse lugar, então eu apenas o segui como um cachorrinho obediente.

Mas uma parte de mim simplesmente não consegue confiar naquele tom em sua voz.

— Você tem certeza que esse é o caminho? — Pergunto para ele, cheio de dúvidas, enquanto fico preguiçosamente de pé segurando minha cintura frouxamente.

Estou começando a me perguntar se conseguiremos sobreviver aqui ou não. Porque sempre que Kinn dá três passos para frente, ele dá quatro para trás. Esse idiota está me deixando tonto como se minha febre estivesse voltando.

— Vamos lá, confie em mim. Eu vi aquela árvore no caminho da última vez. — Ele disse, me deixando incrédulo.

— Vi aquela árvore no caminho minha bunda! Já passamos pela mesma árvore três vezes, seu desgraçado! — Eu respondi frustrado.

Esse miserável imundo do Kinn age como se soubesse de tudo, mas ele não sabe! Como eu gostaria de não estar inconsciente na hora que pelo menos tivéssemos a chance de sair.

— Então vamos caminhar para o norte. Tenho certeza que essa é a saída. — Ele disse, olhando para mim.

— Pra onde caralho fica o norte? — Pergunto de volta.

— Para esse lado. — Kinn disse com confiança e apontou para o caminho que estávamos trilhando. Dou um olhar para ele e solto um longo suspiro, querendo gritar de exasperação.

— E como você sabe!? — Eu grito com ele, incapaz de aguentar mais, e imediatamente paro meus passos.

Você estava aleatoriamente enfiando um pedaço de madeira no rio por um peixe e até passou pela mesma árvore três vezes seguidas, e agora espera que eu acredite em você?

Que porra, Kinn!

— Vamos apenas caminhar. — Kinn falou para mim enquanto segurava meu pulso com sua mão.

Eu estava prestes a dizer algo de novo, mas notei que ele continua beliscando a lateral de suas têmporas com a outra mão. Claramente, nosso pequeno mestre está irritado, e eu sei muito bem como isso vai acabar se eu disser mais alguma coisa.

Caminhamos por um minuto ou dois quando de repente a porra de uma lâmpada se acende na minha cabeça. Eu pensei em algo e estava totalmente preocupado com isso enquanto continuava seguindo Kinn. Não percebi que ele de repente decidiu parar, então meu rosto bateu em suas costas largas.

Eu quase cai com o impacto, mas felizmente Kinn segurou meu pulso com força.

— Shiia, Kinn! Por que você parou de repente!? — Eu disse, irritado, ao sentir meu corpo ficando quente e cansado ao mesmo tempo.

Estamos caminhando a quase um dia e ainda não há sinal de que sairemos dessa maldita floresta.

— Eu ainda preciso te dizer quando vou parar? Por que não procura por você mesmo? — Kinn disse para mim, me fazendo soltar um grunhido de aborrecimento em resposta.

— Me solte. — Eu agito meu pulso, mas o desgraçado mantém um aperto forte no meu braço.

— Apenas espere e me deixe te segurar um pouco mais. Estou tentando me lembrar de uma coisa. — Kinn aperta ainda mais meu pulso.

Tentei tirar a mão dele por um tempo, mas ele é forte como uma sanguessuga, enganchado no meu pulso.

— Vamos correr, podemos? Talvez eu me lembre dessa maneira. — Kinn se vira para mim e pergunta.

Ah, seu desgraçado! Você não pode apenas ser honesto e me dizer que não se lembra de merda nenhuma!?

— Não quero. Tô cansado. — Respondo com uma carranca.

Meu tom está entediado, mas Kinn apenas ri provocativamente e olha para os meus pés.

— Bom, você não tem escolha agora, não é? — Kinn disse e de repente puxou meu pulso e começou a correr.

— Vire a esquerda. — Kinn vira a esquerda. — Vire à direita. — Tá bom então. — Siga em frente!

— Droga! Para de gritar, seu maldito lunático! — Eu suspiro impaciente.

— Então vamos encontrar a saída, se fizermos isso, não direi mais nada. — Então Kinn de repente ri.

Esse filho da puta tá testando a minha paciência.

Continuamos nos movendo, correndo e andando. Estou cansado e com sede, e estou perdendo minhas energias com toda essa perambulação.

Então notei algo.

Desde quando Kinn deslizou os dedos do meu pulso para pegar minha mão e juntar nossos dedos?

Ele apertou minha mão com força. A sensação de segurança e estar protegido me invade.

Sim, sou um homem forte, mas segurança como essa de vez em quando é bastante refrescante.

Olho para minha mão e deixo como está, eu não sei quando comecei a deixar ele me segurar assim sem que eu lutasse e ficasse enojado com isso. Porque segurar a mão de alguém quando estou ansioso me faz relaxar e me sentir muito mais aliviado.

— Ai! Kinn! Se você não sabe o caminho, então me diga que você não sabe! — Eu grito alto com ele e puxo sua mão para o impedir de andar mais.

— Você está ficando bravo. — Kinn disse, sorrindo.

Em toda minha vida, eu nunca estive tão irritado como agora. Você adora me deixar com raiva, babaca!

— Você se lembra? — Perguntei para ele.

— Vamos apenas caminhar. — Kinn disse. Por suas palavras, parece que ele não está chegando a lugar nenhum também.

— Andar pra onde? Você voltou para o ponto de partida duas vezes, idiota! — Eu estava muito chateado.

Andar o dia inteiro e andar em círculos está me fazendo perder a cabeça.

A minha frente está o mesmo riacho que bebi água, o mesmo onde lavei o rosto e ainda por cima, o céu está começando a escurecer.

Estamos perdidos! E andando por muito tempo, andando até ficar exausto, o que eu ganho? O dia todo para nada!

Estamos de volta ao mesmo lugar.

— Então vamos ficar aqui. Amanhã, vamos sair daqui com certeza.

Eu juro que encontrarei meu caminho amanhã. Eu vou fazer do meu jeito, não vou deixar você liderar o caminho novamente.

— Me solta. — Eu puxo minha mão do seu aperto. Ele olha para mim, sorrindo docilmente.

— Eu pensei que você não queria soltar.

O Kinn na natureza e o Kinn jovem mestre, agora são completamente diferentes. Eu vejo a diferença em ambos seus gestos e rosto.

Ele parece mais brincalhão que o normal. Ele parece mais jovem do que sua idade real e estou hipnotizado por esse personagem recém-descoberto.

Embora a agitação e a irritação que sinto por ele ainda sejam as mesmas, gosto mais dessa versão despreocupada e estúpida.

— Tô com fome! — Ando em direção a bananeira de antes para colher mais bananas para comer. Se a árvore pudesse falar, teria ficado confusa e me perguntando para onde eu tinha ido e por que voltei.

Esse Kinn é um estúpido!

— Com fome? — Ele acariciou o estômago e ficou ao meu lado.

— Droga! — Eu olho para ele com surpresa.

— Estou cansado de bananas, quero outra coisa pra comer. — Kinn diz enquanto olha ao redor em busca de outra coisa para encher sua barriga roncando.

— Ugh, que pé no saco! — Se ele estivesse sozinho nessa situação, ele não sobreviveria.

E mesmo assim ainda se preocupa em ser exigente?

— Estou farto, não quero comer a mesma coisa de novo. — Disse ele sem nem pensar.

Faço uma pausa e penso nas palavras que acabaram de sair da sua boca.

Parece ser exatamente o que ele disse. A julgar pelo seu estilo de vida grandioso, ele pensa no fato de ter escolha no momento.

— E o que você vai comer? Peixe ou frango? — Eu pergunto, soltando um suspiro profundo. Não consigo pensar em nenhuma escolha sensata que temos nessa maldita floresta.

— Não! Eu vou comer aquilo alí. — Ele disse, apontando para uma árvore alta. Ela tinha folhas densas e de coloração avermelhada.

Eu estreitei meus olhos em surpresa.

Mas que porra!

Antes que eu pudesse fazer minha objeção, Kinn tirou os sapatos e subiu na árvore desajeitadamente.

Idiota!

Honestamente, eu não poderia estar menos preparado para aceitar esse lado selvagem de Kinn. Eu sei que ele é a porra de uma anta, mas não nesse nível de burrice.

Espero que o irmão mais novo, Kim, não seja tão retardado quanto esse.

Os pés e as mãos de Kinn subiam pelo tronco. Os movimentos mais confusos que eu já vi. Olhar para ele como se ele fosse um tipo de macaco de circo me fez rir.

Antes que eu percebesse, eu estava de joelhos rindo muito enquanto segurava meu estômago dolorido.

No mundo da máfia e dos gângsteres, você deve ser inteligente, brilhante e digno para ganhar o respeito dos seus subordinados. Se alguém ver ele fazendo isso, não consigo imaginar o terror que vai sentir.

Saber que seu chefe é um idiota maluco será chocante.

— Ahhhhhhhhh!

Tentei me impedir de rir ainda mais enquanto observava cada movimento e ação dele. Seria melhor se eu estivesse pronto se alguma coisa acontecesse com ele durante a subida. Seu rosto parecia extremamente sério. A subida era bem alta também.

Depois de um tempo ele pulou na minha frente e me entregou algumas das frutas que pegou com esforço.

— Ah! — Eu rapidamente balanço minha cabeça.

Você pode comer isso ou não? Parece que pode ser venenoso.

— Que porra é essa? — Eu pergunto para ele e olho para o item em sua mão.

— Cerejas silvestres. — Ele diz com orgulho.

Eu sorrio levemente com a estupidez disso. A fruta parece cereja, mas não é cereja, óbvio. Uma cereja selvagem cresceria por aqui?

Quando vi a fruta vermelha e redonda, não ousei comer. Então ele pegou uma e colocou na boca. Mas no momento em que fechou a boca, cuspiu com rapidez.

— Porra! — Então ele dispara rápido em direção ao riacho, para lavar a boca às pressas.

Fico ali parado, pronto para cair na gargalhada.

Ele parecia tão legal me mostrando o fruto de seu trabalho em um minuto e no outro estava correndo igual uma criança que acabou de apanhar. Não sei se devia ajudar ele ou ter pena dele nesta situação.

Tadinho do Kinn. Seu esforço de escalar a árvore alta e colher seus frutos foi em vão.

Eu não consigo parar de rir!

— Que merda essa? Tem gosto de borracha. — Ele reclamou, com as sobrancelhas franzidas e os olhos semicerrados de irritação.

Sério, se estivéssemos separados nesta floresta, eu provavelmente sobreviveria, já que tenho habilidades de sobrevivência mais altas por viver apenas com meu irmão durante a maior parte da minha vida.

Mas Kinn provavelmente estaria morto desde o primeiro dia, ele parece bem com isso, mas só confiança não vai te salvar da fome. Ele pode agir como onisciente, mas suas habilidades de sobrevivência são zero.

Quem pensaria que um verdadeiro desastre na vida real poderia ser lidado como em um jogo de sobrevivência?

Ninguém, só Kinn pensou isso.

— Vai continuar rindo até quando? — Ele disse exasperado olhando diretamente nos meus olhos.

— Quem disse para você subir naquela árvore e colher estupidamente frutas desconhecidas? Podia ser venenoso! Eu disse que não valia a pena. — Falei brincando.

— Valeu a pena ver você sorrir. — Ele falou tão baixo que eu quase não ouvi e fingi que não tinha. — Você adora comer bananas. — Kinn se aproximou de mim e sorriu significativamente.

— E eu tenho outra escolha? — É melhor do que morrer de fome.

Esse idiota.

— Eu também tenho uma banana. Uma mais gostosa do que essa que está sua mão… Ah! — Joguei a banana no rosto dele e ele gritou de surpreso.

Por que ele sempre fala essas coisas obscenas? Eu quase corei, que merda!

— Desgraçado!

— Porsche, eu sou seu chefe! — Ele disse soando um pouco cansado.

— E daí que você é meu chefe? Eu estou me demitindo. — Eu digo rápido e viro as costas para ele.

O idiota preguiçoso olhou para mim, e eu me senti derretendo lentamente com o peso dos seus olhos em minhas costas, mas de repente ele estava parado atrás de mim, inclinando a cabeça perto do meu ouvido até que senti arrepios no meu pescoço.

— Me chame de chefe. — Ele soou frio.

— Você não é o chefe, é apenas um fardo. Babaca! — Eu me viro e o afasto com todas as minhas forças. Ele cambaleou e riu suavemente.

Eu rapidamente fui para o rio em frustração, jogando água no rosto quente, incluindo meu pescoço e braços que estavam arrepiados. Depois bebi vários goles de água para acalmar meu coração furioso.

— O céu está escurecendo. Quer descer e lavar o corpo primeiro? — Kinn perguntou.

Em todo caso, ele está certo. Sinto todo meu corpo pegajoso por causa daquela caminhada interminável pela floresta.

Eu suei muito.

Olhei hesitante para Kinn. Na floresta à noite, tudo fica muito escuro. Mas não ousei entrar na água, enquanto Kinn estava lá, não confiava muito nele.

— Bom, se você estiver confortável o suficiente, me deixe acender o fogo primeiro. — Kinn parecia saber o que eu queria transmitir.

Ele estava prestes a ir embora, me deixando ter um tempo pessoal. Mas não importa o quão privado eu queria ser, não quero ficar sozinho agora! O céu começou a escurecer, acompanhado pelo silêncio.

Agora eu admito que tenho medo de fantasmas!

— Espere! — Imediatamente chamei por ele. Kinn se virou devagar e levantou as sobrancelhas, curioso.

— Fique, não me deixe sozinho. — Eu falo em voz alta, não queria gritar por ajuda de alguém como ele, mas essa é uma emergência inevitável.

— O que? — Ele pergunta desconfiado. Antes de dar uma boa olhada ao redor.

— Ah, você está com medo? — Ele arrasta as palavras e solta uma risada gutural, me perguntando em tom de piada.

— Eu não tô com medo! — Imediatamente o cortei me sentindo inferior a ele.

— Então deixa eu ir acender o fogo. — Ele disse sorrindo e fingindo se virar.

— Espera! — Eu chamo por ele mais uma vez até que ele se vira e sorri para mim.

Acho muito perturbador está sob seu olhar minucioso e pesar minhas a opções.

Tomar um banho sozinho tremendo de medo, ou deixar Kinn ficar e tirar sarro de mim.

Eu me sinto chateado comigo mesmo.

— Medo de fantasmas? — Ele ri, me expondo. Eu franzo a testa e jogo uma pedra nele.

— Eu não quero ficar sozinho. E se eu encontrar um animal selvagem? — Eu não queria que ele visse meu medo.

— Pessoas como você, não devem ter medo de nada, até mesmo um tigre teria medo de chegar perto de você. — Kinn então se senta nas pedras próximas à margem do rio.

Dizendo algo tão azarento, é sério, mesmo se eu encontrasse um tigre aqui e agora, pessoas tão estúpidas quanto ele não poderiam fazer nada.

— Fique de costas! Não precisa olhar para mim, seu pervertido nojento!

Eu começo a pensar. O que é mais assustador entre o fantasma e Kinn agora?

— É claro. — Ele soa como se estivesse brincando comigo, mas ainda assim fez o que eu pedi.

Eu olho para ele incerto antes de tirar minha roupa, ficando apenas de cueca. Porra! Com ele aqui comigo, tenho que ser cauteloso como se eu fosse um adolescente.

— Uau! — Entro na água apenas para descobrir que está muito frio. Mas me sinto bastante confortável com isso.

— Não fique aí por muito tempo, sua febre pode voltar. — Kinn disse.

Ele está de costas para mim e eu mantenho uma certa distância entre nós. Embora meu corpo esteja imerso na água, não me atrevo a olhar para ele com medo de que as memórias voltem.

Além disso, estou praticamente pelado e muito vulnerável a qualquer tentação.

Atravessei o riacho para o outro lado. Levanto minhas mãos para prestar respeito às árvores antes de cuidar de mim. A floresta à noite é terrivelmente escura e o silêncio ensurdecedor aumenta minha crescente agitação. Me molhei e me esfreguei apressadamente na água. Felizmente a lua está brilhante esta hoje. Seu brilho ajuda a me acalmar um pouco.

— Kinn. — Eu chamo por ele, para verificar se ele ainda está por perto porque ele ficou tão quieto que não fez som nenhum.

— O que? — Ele disse de volta.

Fico um pouco aliviado em saber que ele está no mesmo lugar. Eu lavo minha metade inferior em menos de cinco minutos, e o silêncio é tão perturbador.

— Ei, Kinn?

— O quê? Eu ainda estou aqui. — Escuto o barulho dele batendo em uma vara ou algo assim.

Então sorrio para mim mesmo. Ele realmente sentou lá e esperou por mim. Não sendo seu eu irritante de sempre.

Estou quase terminando de lavar meu corpo, Kinn fica em silêncio por um momento e não há som de batida ou o som de qualquer movimento que ele tenha feito antes, começo a sentir uma pontada de medo em meu coração.

— Ei, Kinn? — Esperei que ele respondesse, mas não havia nenhum sinal dele. — Kinn! — Chamo mais alto.

Eu começo a me sentir desconfortável. Meu corpo enrijeceu e eu não ousei mover um centímetro. Eu me viro para olhar em sua direção.

— Kinn, eu vou parar de ficar brincando! — Honestamente, eu estou apavorado.

Fico imóvel no escuro até minhas pernas começarem a tremer. Não consigo ver nada, o tempo está frio, a atmosfera é estranha!

Facilita para os fantasmas aparecerem e desaparecerem.

De repente, ouvi o som de uma pessoa saindo da água com a mesma rapidez que afasta o cabelo do rosto.

— Sim? Você estava procurando por mim?

— Porra! — Eu grito de surpresa. Eu congelo e sou incapaz de reagir de imediato até que ouço o som de risadas fracas.

— Você realmente tem medo de fantasmas? — Kinn cai na gargalhada.

Eu respiro fundo, suprindo minhas emoções para não quebrar seu pescoço neste exato momento antes de me virar para o afastar com força.

— Droga! Eu quase tive um ataque do coração! — Tento empurrá-lo novamente, mas suas mãos de repente me seguram com força.

A minha relutância contra ele nos une e sou puxado para baixo por ele.

— Ah! — Engasgo um pouco com a água. Kinn me arrasta com ele, mas seus braços ainda estão me segurando forte. — Me solta! — Eu grito para ele enquanto estamos na água até a cintura.

Ele não parecia afetado e apenas continua olhando para o meu rosto. Com a minha burrice o olhei de volta. Foi quando percebi que nossos rostos estavam muito próximos. Meu peito estava alinhado com o dele e meu coração começou a bater como louco.

— Me solte. — Minha voz saiu rouca. Quando seu rosto se inclinou para baixo, engulo seco em tensão.— Kinn, me solte. Eu não quero me lembrar de nada como isso!

Posso sentir que tudo que ele está tentando fazer vai trazer as lembranças ruins que tenho. Estar com ele o dia todo e esquecer por um tempo é uma bênção, mas tenho medo que esse único movimento possa estragar tudo.

— Porsche, me escute. — Ele suspirou e parecia sério. Ambos seus braços estavam ao meu redor com força.

Cada toque de seus dedos em minha pele e cada respiração que ele solta enquanto olha para mim me lembra de tudo, reforça a imagem daquela noite em minha mente. Isso está me irritando, quando a dor e o medo começam a subir pela minha espinha.

Mesmo que eu quisesse, não consigo tirar meus olhos dele. Toda vez que fico preso nos olhos de Kinn, é assim. É como se eu estivesse sob um feitiço que mantém meu corpo imóvel. A única coisa que resta viva é meu coração batendo acelerado.

Eu me senti tonto de excitação.

— Eu não queria fazer isso. Admito que fui estúpido o suficiente pra não pensar que isso iria te machucar tanto. — Kinn disse, sua voz soando culpada.

Ele deve ter percebido meu corpo tremendo. Sua voz fica mais suave toda vez que ele abre a boca.

— …

— Eu esqueci de pensar sobre seus sentimentos. Eu sei que é terrível. Mas eu realmente não pretendia isso.

As palavras de Kinn foram fortes e gentis. O som disse ecoa na minha cabeça. Seus olhos sérios piscam através da escuridão e eu realmente acredito que ele está sendo sincero.

— Eu sei que você sente muita raiva de mim, mas isso não pode consertar nada, apenas se eu pudesse voltar no tempo. Eu não quero que você me odeie.

— …

— Posso te pedir um favor? Você pode, por favor, ficar?

Eu fiz uma careta para o pedido que ele fez.

Não ir, por quê?

— Não se demita. — Kinn disse isso baixinho.

Eu quero perguntar a ele o porquê. Eu sou apenas um de seus muitos seguranças, por que ele se importa tanto?

Mas por outro lado, acho que seus esforços de virar o mundo do avesso só para me encontrar desempenham um grande papel. Além disso, ele me tem como um guarda-costas, que foi muito mais difícil que os outros.

Seri

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