Explore 'KinnPorsche' no SubNovelBL: A saga de Porsche, lutador e guarda-costas de Kinn, em um mundo de amor, perigo e máfia.

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Capítulo 32 da Novel de KinnPorsche – Edição (Livro 3)

KINN

— Khun Kinn, por que você não vai descansar primeiro? Nós só iremos atualizá-lo sobre o progresso mais tarde. — Pol se aproximou de mim com a terceira xícara de café da noite. 

Eu estava sentado rigidamente, verificando várias vezes tudo com cuidado, independentemente de quanto tempo havia passado. Ambos tinham checado os documentos e olharam as câmeras de segurança da casa em busca de evidências que prendessem o culpado o mais rápido possível para que ele não escapasse. 

— A câmera de circuito fechado foi hackeada há duas semanas. Estou tentando recuperar os dados excluídos, mas a pessoa que fez isso deve ser experiente e muito boa nisso. É uma pena, porque os arquivos foram excluídos e não sobrou quase nada. — Arm disse estressado.

— Droga, eu tô acabado! Apenas organize os arquivos. A gente só perdeu documentos mesmo. Talvez pode ter sido alguém de dentro que fez isso com a gente Kinn. E ele deve tá na nossa casa há muito tempo. Caso contrário, não seria tão difícil. Ao meu ver, eu acho que foi cuidadosamente planejado. — Kim bateu os papéis na frente dele com força. 

Todos se reuniram no meu escritório e fizeram fila para classificar os documentos de despesas. Cavando transações anteriores de dez anos atrás até o mais recente, caso tivesse pistas para encontrar o culpado nos restos dos documentos adicionais. 

Eu acredito que Porsche definitivamente não tem nada a ver com isso. E eu vou me certificar de provar isso. Vou encontrar o trapaceiro e puni-lo. 

Isso acontecia com frequência em outras empresas e toda vez que uma pessoa focada apenas em ser discreta é pega facilmente, deve ser um charlatão contratado ou algo assim. Achei que se um dos nossos antigos funcionários que trabalhou aqui por anos sabia como nosso negócio funciona, um deles deve ser o mentor. 

E tenho que admitir que esses documentos que estão faltando nos afetaram muito. Os arquivos perdidos continham informações sobre nossos negócios com mercadorias ilegais, como armas e imóveis na fronteira, incluindo as faturas de pagamento. Se essa informação vazasse, nossos clientes perderiam a confiança em nós por termos revelado suas identidades secretas. 

É tudo sobre o mercado negro. Todas as informações devem ser altamente confidenciais, incluindo nomes, terrenos, escrituras e o valor que eles pediram. Se trata de ações ilegais, de modo que a segurança foi comprometida. E se os concorrentes terem esses documentos não já fosse ruim o bastante, se a polícia conseguisse colocar as mãos neles seria o fim para nós. 

É por isso que esse era um problema muito grande para nós. Mesmo que pudéssemos “comprar a lei” com frequência, esse tipo de ilegalidade em grande escala não podia ser descoberto pelas autoridades do nosso lado. A falta dos documentos também significa que estamos vulneráveis. Podemos perder nossa reputação e a confiança dos nossos clientes, que estão prontos para nos virar as costas a qualquer momento que fizermos alguma besteira. perderemos muito dinheiro e a possibilidade de irmos a falência é grande.  

— Kim, anote tudo, que tipo de informação foi perdida e quem se beneficiaria com ela. — Eu me virei para meu irmão, que estava constantemente lendo os documentos.

— Tá, eu vou deixar Anon fazendo anotações. — Pedi a ajuda do meu irmão em relação a este assunto. Então todos eles estavam sentados dentro do meu escritório. 

Eu não podia usar ninguém do meu próprio pessoal, por isso que eles ficaram distantes. Meus guardas que estavam do lado de fora da porta ficaram agitados porque eu não deixei nenhum deles ajudar, o que significava que eu desconfiava deles. Como a maioria dos documentos perdidos estavam sob minha jurisdição, o pessoal de Kim não sabia de nada. 

Temos problemas apenas com os funcionários que trabalham para mim, então, quando ordenei que eles ficassem fora da verificação dos arquivos, todos abaixaram a cabeça aceitando. Minha ordem era absoluta, para ser justo com todos. 

Me sentei suspirando pela centésima vez Por mais frio que estivesse o ar-condicionado, meu suor escorria sem parar pelo meu pescoço até minhas costas. Já eram quase cinco horas. Depois que Porsche fez as malas e anunciou que queria se demitir sem querer escutar ninguém, eu imediatamente recrutei pessoas para encontrar evidências. Além disso, é um negócio de grande porte, eu não quero que Porsche seja o suspeito, e para que uma alma inocente não levasse a culpa, eu vou provar para todos que Porsche não tem nada a ver com tudo isso. 

Espero que, apesar de tudo o que aconteceu entre nós, incluindo a turbulência emocional e o problema nos negócios, não afete nosso relacionamento. Eu vou mostrar a ele minha sinceridade e o quão sério estou com ele. 

Você pode esperar? Por favor, escute e me dê outra chance de explicar. 

Não importa o que aconteça, eu nunca mais vou machucá-lo. Por causa do que aconteceu, eu mesmo me machuquei. Não estou cansado dele, eu sinto tanta a falta dele que quero ir e me reconciliar, eu queria ter ido atrás dele, mas simplesmente não tenho tempo. Mesmo se eu fosse agora, seria inútil a menos que eu limpasse seu nome. Vou esperar até que ele esteja mais calmo e deixá-lo ver o que estou fazendo por ele. Só espero que não seja tarde demais. 

“Eu não tenho certeza sobre o templo e não consegui o coração da Sra. Wan Laeng Dang. Não posso capturar o coração dela, sentado na pendura tenho pena do dono da irmã que nunca olhou. Não consegue ouvir?” 

O som estridente do meu irmão maluco chamou minha atenção dos pensamentos caóticos. Eu olhei para a cena com desgosto. O desgraçado estava deitado de bruços no chão com uma pilha de papéis. A música de Lukthung tocava ao fundo em seu celular junto com a voz terrível cantando ao longo da música, alternando com as vozes de Ai Arm, Ai Phon e Ai Jet que cantavam juntos igual um coral de lunáticos. 

Quanto a Pete, ele ajudou com os documentos no início, mas agora ele tinha empilhado os documentos em uma pilha, os colocou no chão e os usou para apoiar a cabeça. Ele estava dormindo ao lado de Khun. Eu também estava usando o pessoal dele, então tive que suportar essa palhaçada. 

— Khun Vegas saiu. — Pete murmurava de vez em quando. 

Eu simpatizei com ele. Durante o dia ele tem que seguir Vegas, e à noite ele tem que me ajudar com os documentos. Ele realmente pegaria no sono nesse ritmo, embora eu não quisesse cansa-lo tanto, não tenho muita escolha. Pete é uma das pessoas em quem eu mais confio. 

Meu irmão cabeça de vento ouviu seu murmúrio. Ele se virou agindo como um pai dando um tapinha na bunda de Pete como se o embalasse para dormir profundamente. — Ah, durma. 

Kim e eu olhamos um para o outro e não pudemos deixar de balançar a cabeça. A atmosfera na sala estava tensa, mas por Tankhun estar aqui, meio que diminuia a tensão. Os outros guardas balançavam com a música como idiotas. Eles pareciam engraçados, mas porra! Eu preciso fazer isso a sério. O negócio vai  falir e vamos perder tudo!

— Você pode desligar a música? Eu tô ficando louco! — Kim se virou com uma expressão irritada no rosto. 

— Porque? Eu estou fazendo vocês se sentirem relaxados, por isso coloquei a música. Qual o seu problema, Kim? — Khun se levantou e repreendeu Kim. 

— Bom, seu gosto pra música é horrível e tá deixando meus tímpanos dormentes! Você pode ficar quieto?

— Calma. Todo mundo está se divertindo. Droga, me diz qual música você quer ouvir e eu coloco para você. — Ele olhou ao nosso redor e parou nos homens de Kim, que olharam para Kim e lentamente chacoalharam a cabeça. 

— Eu não gosto de nenhuma música. — Anon respondeu pensativo. 

— O quê?! Tudo bem, então de que província você é? Minha playlist tem todas as regiões. — Khun mostrou orgulhoso a tela do celular. 

— Da região norte. 

— Ótimo! Semana passada eu fui ao pub da Jay Yok. Eu ouvi essa música também, gostei bastante. Eu gosto muito dela. Phon, Arm, preparem! — Kim e eu nos entreolhamos confusos. — Coloque a música por um momento, eu aprendi Duas Novas Palavras da região norte. — Depois disso, uma música estrondosa tocou por toda a sala. 

“Subir a montanha para prestar homenagem a Buda, vindo da cidade, conheço cerca de duas palavras. Jug Kim e TokTok. Um cabeçudo é um lagarto e um TokTok é uma lagartixa. Crescer para ser um adulto, sabendo que uma lagartixa e um lagarto são duas coisas diferentes. Ei! Isso mesmo! Lagartixa é uma lagartixa. Lagarto é um lagarto! Ei! Isso mesmo!” — Ele começou a cantar.

Ah, porra!

Coloquei minha mão sobre minha têmpora. Os desgraçados do Pol e do Arm se levantaram e dançaram no ritmo junto com Khun. Quem acreditaria que o chefe e os subordinados em uma casa de mafiosos poderiam brincar assim?

— Chega! Anon, pega o remo pra mim. — Kim puxou o celular da mão de Khun e imediatamente desligou a música.  

— Por que você pediu o remo?

— Eu vou tacar na sua cabeça!

— Que maldade. Khun Kim realmente vai bater em Khun Tankhun? — Ai Arm disse brincando. 

Não que ele não tivesse medo de responder Kim, mas o vínculo que criamos fez com que eles percebessem a hora de brincar e a hora de ficar sério. Ele podia ser atrevido desse jeito e se safar. 

— Arm! Seu traidor! Minha música foi desligada porque você deixou ele pegar! — Ele se virou, xingando Arm e pegando o celular da mão de Kim. 

— Seu gosto musical mudou. Quem te ensinou a ouvir essas músicas?

— Bom, a pessoa que abriu meu mundo para esse tipo de música foi Porsche. Falando no Porsche, Eu acho… Porsche. — Khun semicerrou os olhos para mim. 

Khun sabia que eu e Porsche não estamos nos dando muito bem no momento, mas ele nunca me confortou. Na verdade ele me repreendeu por ter machucado Porsche. 

— Falando em Porsche, ai! Dói! isso machuca meu coração. Por que você ainda está sofrendo? — Ele colocou a mão no peito do lado esquerdo e apertou como se estivesse em agonia. Eu queria me levantar e chutar ele. Se ele não fosse meu irmão, eu teria dado um tiro na cara dele e colocado a culpa nele por ser irritante. 

— Você tá machucando meus ouvidos. Tu não tá com sono não? Vai dormir caralho! — Kim disse com raiva. 

— Só porque você voltou para casa, não significa que pode ficar me dando ordens assim. — Khun ergueu as sobrancelhas para Kim, agindo com superioridade. 

— Qual é a porra do teu problema? Eu tô ficando irritado contigo! — Kim olhou em volta e viu que o resto dos guardas o encaravam com desconfiança. Ele olhou para eles ferozmente enquanto eles voltavam a olhar para baixo rapidamente. 

Que porra? De que lado vocês realmente estão?

— Espere só pra você ver. Eu vou dizer para o Porsche que você pegou o irmão dele. Ele vai te dar uma surra. Você não vai morrer fácil, vai Kim?

— Para de falar! Droga! — Kim chutou os papéis. 

Eu podia sentir o cheiro de problemas chegando. Os que estavam sentados no chão desviaram dos papéis voadores. Eu me virei e olhei confuso para Kim. Se o que Khun falou é verdade, então Porsche pode estar com raiva de mim não só por ter magoado ele, mas por outra coisa! Cacete!

Que ótimo trabalho para mim, Kim. Porra de irmão! 

— Pessoal, chega. Vamos falar sério aqui. — Eu disse para ambos e Kim deliberadamente parou de matar Khun com seu olhar mortal e se virou para mim. 

— O que quer ele tenha dito, você não precisa ouvir ele. — Kim disse silenciosamente. 

— Não faça nada que possa me envergonhar. — Apontei uma caneta para o rosto de Kim. 

Meu relacionamento ainda não está certo. Se houver uma história sobre o querido irmãozinho mais novo chegando, eu definitivamente estou com mais problemas do que antes. 

Honestamente, estou bastante surpreso com o que aconteceu antes, quando o Kim frio e indiferente de repente agiu fora da curva quando Che foi empurrado por Big. Ele deu uma surra no desgraçado e eu sinceramente não queria me aprofundar mais porque temia que Porsche descobrisse. Eu tinha um palpite sobre o que estava acontecendo, mas isso deveria ser tratado mais tarde. 

Kim é uma boa pessoa, mas ele vive flertando por aí! Ele é muito mais cafajeste do que eu. 

Eu tô fodido!

— Não se estresse. Porsche não vai voltar para você mesmo. — Khun disse tão alegremente que eu quase joguei uma pilha de papéis nele. — Nem tente, eu consigo desviar facinho. — Ele ameaçou, olhando para minha mão cheia de documentos. 

— Bate nesse maluco! — Kim olhou para Khun e então se virou para olhar para mim. — Tem certeza que Não foi Porsche que fez isso? 

— Sim, eu tenho. Definitivamente. — Respondi sem hesitar. 

— Quem você pensa que é? — Kim perguntou nervosamente. Eu pensei por um momento. 

— Você realmente não sabe? — Khun perguntou com as sobrancelhas levantadas. A sala inteira caiu em silêncio enquanto todos paravam o que estavam fazendo e olharam para Khun. — Você acha que é muito difícil adivinhar? Até olhando de marte eu consigo ver claramente quem é. — Ele disse sarcasticamente. 

— Quem seria? — Kim perguntou. 

— Aquele cachorro seboso do Big. — Meu irmão disse sem nem mesmo piscar. 

Todos os guardas se entreolharam incrédulos. 

— Qualquer um aqui pode dizer que eu suspeito dele, mas posso garantir que é ele. — Ele disse confiante, sem se incomodar com qualquer outra coisa. 

Não que eu não acredite nele. Eu também suspeito de Big, mas precisava encontrar evidências concretas para pegá-lo e a todos os seus subordinados, ele tinha que ser pego em flagrante. 

Na noite em que ele tentou me molestar, Khun me contou tudo, mas eu tentei ignorar.  Não importa o quão bravo eu esteja, eu tenho que manter a calma. Porque se eu encontrasse minhas evidências, não queria dar a ele uma chance de fugir. 

— Se você pensa assim, nós dois pensamos igual. Temos que encontrar essa evidência para ele não conseguir escapar. — Kim disse voltando a se sentar e continuar trabalhando. 

— Kim, posso pegar Anon emprestado para me ajudar com uma coisa? 

— Tá. — Kim respondeu brevemente. 

— Non, a partir de amanhã, fique na cola de Porsche para mim. 

— Por quê? Achei que você não suspeitava de Porsche. — Kim perguntou. 

— Eu não suspeito. Ele deve ter ido para casa, eu só quero ter certeza de que ele está seguro. Anon, por favor, dê uma olhada. — Kim e Anon assentiram em compreensão. 

— Sim, Khun Kinn. 

•••

O tempo passou do fim da tarde até o amanhecer. Todos que estavam na sala foram cedo para cama, me deixando ainda mais focado nas letras diante dos meus olhos. Na minha cabeça, tudo que passava era o rosto de Porsche. Apesar de termos nos visto ontem, por que eu sentia tanto a falta dele?

Me encostei na cadeira e fechei os olhos para descansar um pouco. Tentei relaxar e aliviar o estresse reprimido que estava me sufocando. 

— Khun Kinn? 

Não sei quando peguei no sono, mas senti como se tivesse cochilado por um bom tempo. Eu não tive uma boa noite de sono desde a última vez que Porsche e eu dormimos juntos. Eu nem conseguia me lembrar de ter adormecido devido às coisas que estavam incomodando minha mente. 

Ao abrir os olhos percebi que Big havia entrado na sala e aproximou o rosto do meu. 

— O que? — Eu disse, assustado. Eu rapidamente me endireitei e ajustei minha posição de sentar. 

Big se afastou e colocou a bandeja de comida na mesa a minha frente. — Khun Kinn não comeu nada desde de manhã , então eu trouxe mingau e suco. — Big colocou uma colher na tigela de mingau e derramou o suco no copo. 

— Não, eu não estou com fome. — eu disse rapidamente e virei minha cabeça para olhar para a tela do computador. Minimizando todas as janelas de documentos que eu estava revisando para ocultá-las, caso Big desse uma espiada.

— Mas Khun Kinn não pode simplesmente só tomar café.  

— Você pode sair. — Eu disse friamente. Minha voz estava sombria devido ao sentimento de paranoia com seu comportamento. Por que inferno ele está agindo como minha babá?

— Como um pouco disso, por favor. — Big implorou. Ele pegou uma colher de mingau e tentou me alimentar. 

Eu olhei para ele incrédulo. O que ele está pensando? Ele não percebeu que eu me sinto desconfortável perto dele? 

Sim, eu fiquei em silêncio sobre o incidente que aconteceu entre nós, mas eu não o trato mais da mesma forma que antes, o que era bastante óbvio. Eu mantive minha distância e evitei situações que ele tivesse que entrar no meu quarto. 

Sinceramente, quando abri meus olhos e vi o rosto dele, quase dei um soco nele. Eu queria adicionar mais hematomas no rosto já inchado dele que Kim deixou ontem, mas tive que me conter. Como ele ousa tirar vantagem de mim enquanto eu não estou sendo eu mesmo e ainda por cima, ele ousou apontar uma arma para Porsche. Ele tem sorte de não ter sido eu que deu uma surra nele.

De qualquer forma, eu tenho que encontrar evidências sólidas que o apontem como o principal culpado. Então eu preciso mantê-lo o mais próximo possível para evitar mais danos que ele possa fazer.  

— Coma, por favor. — Big trouxe a colher de mingau para perto da minha boca com uma mão cuidadosamente colocada embaixo dela. 

— Saia. — Eu disse com um tom frio quando empurrei sua mão. 

Big de repente agarrou minha mão que o mandava ir embora. — Khun Kinn por favor, não faça isso. — Ele colocou a colher de volta na tigela e segurou meu pulso com ambas as mãos. 

Eu estava atordoado. Comecei a sentir que isso estava passando dos limites. 

— Khun Kinn pode duvidar de mim, não confiar em mim, não me deixar chegar perto de você de novo ou tanto faz. — Ele disse com a voz trêmula e tentou me olhar diretamente nos olhos como se estivesse transmitindo o que quer que ele estivesse dizendo fosse a verdade. — Mas Khun Kinn, coma alguma coisa, por favor? Eu estou preocupado com a sua saúde. Não quero vê-lo assim. — Ele puxou minha mão e colocou em sua bochecha. Eu não sei por que, mas senti arrepios repentinos por todo o meu corpo. Eu não aguentava mais ele se comportando assim. 

— Khun Kinn. — Alguém bateu na porta. 

— Saia daqui Big! — Eu gritei antes que a porta fosse aberta. 

— Kinn, Você está ocupado? 

Respirei fundo antes de fechar os olhos quando percebi quem entrou. Big imediatamente se afastou de mim antes de levantar a mão para cumprimentar o recém-chegado. 

— Saia daqui primeiro. —  Eu disse cansado. Tawan olhou para mim e para Big alternadamente com insatisfação. 

— Sim, Khun Kinn. — Big respondeu antes de sair desajeitadamente da sala.

— Tawan trouxe lanches. Estou incomodando Kinn? — Tawan carregou uma sacola com lanches e colocou na minha mesa. 

Droga! Que dia é hoje? Por que de repente as pessoas querem me alimentar? 

Se fosse Porsche quem estivesse me perturbando assim, eu não me importaria. Mas as pessoas que chegavam eram as que me causavam problemas. Eu estou ficando louco! 

— Phi Tawan ainda não voltou para a inglaterra? — Eu disse juntando todos os documentos sobre a mesa e enfiando dentro da gaveta. 

— Você disse isso como se estivesse me mandando embora. — Ele fez beicinho e me olhou intrigado. 

Eu costumava pensar que ele era fofo quando fazia biquinho assim, mas isso é muito irritante para mim agora. Se fosse Porsche, eu não me importaria se ele franzisse a testa. Se eu dissesse algo que não fizesse sentido, ele poderia quase arranhar meu rosto com suas garras, e estaria tudo perfeitamente bem para mim. É realmente diferente. E agora que pensei em Porsche, uma frase passou pela minha cabeça. 

— Você foi se encontrar com Porsche? — Eu disse, olhando para o rosto dele ferozmente. Ele imediatamente congelou, o que confirmava minha pergunta. — Por que você está mexendo com ele? — Eu perguntei asperamente. Quanto mais ele desviava o olhar de mim, mais eu achava ele suspeito. 

— Porsche veio relatar? — Tawan perguntou suavemente. 

— Essa não é a questão. Eu quero saber por que você mexeria com ele? 

— Foi apenas uma coincidência. — Tawan disse suavemente, mas suas ações me irritaram. 

Era uma mentira descarada. Era uma coincidência que uma pessoa como Tawan pudesse se encontrar com Porsche assim? Não tenho ideia de quais ameaças ele esteve falando que deixaram Porsche enfurecido daquele jeito. E agora eu ouso dizer que não tenho mais os mesmos sentimentos de antes por Tawan. Quanto mais eu vejo ele, mais não quero ele por perto!

— Não sei o que você disse para Porsche, mas eu estou te avisando, não se meta com ele de novo. — Eu disse sombriamente enquanto olhava para ele. 

Ele mordeu o lábio com força, seu olhar parecia insatisfeito e depois disso, sua expressão começou a mudar. Seus olhos estavam brilhando de raiva e seu rosto começou a mostrar uma expressão instável. Eu sabia, só de ver sua reação. 

— Por quê? Tawan não pode tocar em Porsche? Por que você está protegendo ele? — Sua voz saiu ríspida. Muito diferente da voz doce com que ele falava comigo. Comecei a pensar, como eu tinha aguentado ficar com ele antes?

— Eu quero te dizer que nossa história acabou. Você não deve se intrometer em assuntos que não lhe interessam e complicar as coisas. 

— E daí?  Eu não acredito que Kinn já tenha esquecido Tawan. Tawan voltou, por que Kinn presta atenção em outras pessoas? 

Quando olhei para Tawan ele começou a ficar louco em meus olhos. Ele disse as palavras como se fosse meu dono, como se pudesse fazer o que quisesse, independente dos sentimentos das outras pessoas. 

— Tudo o que aconteceu foi por sua causa. Como você se atreve a ser exigente? — Eu disse com os dentes cerrados. Eu não gritei. Eu não planejava gritar, mas as palavras saíram tão afiadas que a pessoa na minha frente deu um passo para trás. 

— Kinn ainda está bravo com Tawan? Tawan já se desculpou. Tawan só deseja que Kinn volte. Se Kinn perguntar por que Tawan fez isso, é porque eu quero que Kinn volte para Tawan. — Sua voz começou a tremer, seu rosto se contorceu como se ele estivesse prestes a chorar. 

— Não podemos voltar a como éramos antes. Você tem que aceitar a verdade. — Antes que eu pudesse pronunciar mais palavras, meu celular tocou. 

Eu olhei para tela e meu coração disparou ao ver o nome registrado ali. 

— Alô. — Levantei da cadeira e dei uma resposta improvisada, independentemente de quem estivesse na sala comigo. 

[Por que você mandou esse idiota me seguir?!] A voz de Porsche quase me deixou surdo do outro lado da linha. Ele parecia furioso, mas estranhamente, eu me contorci e sorri disso. 

— Porsche. 

[Estou perguntando por que você mandou Anon me seguir, Kinn? Eu não sou seu prisioneiro! Você ficou maluco? Você toma seu tempo para fazer coisas desnecessárias, droga!] 

Meu coração batia ritmadamente em um frenesi. Apenas o som da sua voz me fazia palpitar de desejo. Meu cérebro imaginava como ele deveria estar. Seu rosto devia estar em um vermelho fumegante agora e eu continuei a sorrir.  

— Não, só estou preocupado. Quero ter certeza de que você está seguro. 

[Porra! Se você não parar de se meter na minha vida, eu vou te matar! E nem tente fazer esse idiota trazer suas comidas caras e deixar elas penduradas do lado de fora da minha casa de novo!] 

Soltei uma risada maliciosa, esquecendo de como estava irritado alguns minutos atrás. Esquecendo que os olhos de alguém estavam colados perigosamente em mim. Eu não esperava que Porsche ficasse bravo com isso. Eu ordenei que Anon passasse no meu restaurante favorito, comprasse comida e pendurasse na porta dele. Eu tinha aceitado a sugestão de Khun de que, para ter Porsche de volta, eu precisava agradá-lo. 

— Eh, apenas coma a comida, aposto que você está fazendo uma careta agora. Não chute as coisas ao seu redor. — Provoquei porque sei que quando Porsche fica com raiva, ele tende a chutar as coisas, meu sofá era a vítima perfeita disso. 

[Você é doido, Kinn! Não é engraçado. Se você continuar mandando pessoas para me seguir, eu vou…]

— Kinn, com quem você está falando? — O sorriso em meu rosto de repente desapareceu e eu olhei para Tawan, que estava furioso. — Tawan está perguntando com quem Kinn está falando. — Fiquei chocado com o que ele fez em seguida. 

Ele pegou o celular da minha mão. 

— O que você está fazendo?! — Eu gritei alto. 

[Ah! Apenas se concentre no seu convidado aí! Vai tomar no cu, Kinn!]

E a ligação foi encerrada. 

— Porsche? Porsche? — Eu me virei para olhar para a pessoa na minha frente com raiva. Apertei o botão de rediscagem, mas como o esperado, o celular foi desligado. Caralho! 

— Phi Tawan, por que você está fazendo isso comigo?! — Joguei o celular na minha mesa com força. Eu acho que foi demais ele ter pegado meu celular assim. — Saia da minha sala, agora!! — Eu gritei para ele fazendo com que ele pulasse assustado. 

— Por que Kinn está tão bravo? 

Por que eu estou com raiva? Você está perguntando estupidamente o por quê eu estou com raiva??!

Seus olhos ainda pareciam teimosos e sua voz não tinha nem um pouco de medo de mim. Ele não tinha o direito de expressar propriedade sobre mim! Respirei fundo para acalmar minhas emoções. Eu agarrei o braço dele até que meus dedos estivessem cravados em sua pele e deixando hematomas. 

— Phi tawan, me escute e me escute bem. Nossa história acabou. Eu não te amo mais. Eu amo Porsche. Você ouviu isso?

Não importa o quanto eu reprime-se meus sentimentos, eu não conseguia mais conter minha raiva. Bati na mesa com força. Porque, no final, eu sou culpado por ter enganado Porsche. Mas tudo poderia ter sido mais fácil se Tawan não tivesse interferido. 

— Kinn. — Seus olhos piscaram e sua voz era rouca. Se isso fosse antes, eu não suportaria vê-lo assim, mas agora isso me irritava e eu queria que ele saísse da minha frente imediatamente. 

— Suma! — Eu disse sem qualquer sinal de gentileza

— Kinn está com raiva de Tawan de novo, não é? — Tawan se aproximou para segurar meu braço, que eu afastei imediatamente. 

— Tawan! Pare com isso! — Eu agarrei seu braço novamente e o arrastei violentamente em direção à porta. Eu não sabia quanta força tinha usado. Mas parecia que a figura magra mal flutuava em minha mão até que ele se equilibrou. 

— Kinn, Tawan está machucado. 

E eu lá me importo, porra! 

Abrindo a porta eu imediatamente o joguei para o lado de fora. — Não se meta comigo ou com Porsche de novo. Se você não parar, eu não posso prometer que não vai se machucar. 

— Kinn, o que tá acontecendo? — Kim e Khun subiam as escadas para o meu quarto. 

— Tawan, o que você está fazendo aqui? E o que você fez com Kinn?! — Khun se virou para olhar para Tawan com os olhos pegando fogo. 

— Kinn, Tawan sente muito. — Sua voz tremeu e as lágrimas começaram a cair. Eu olhei para ele seriamente e coloquei minha mão sobre minha cabeça para me controlar. 

— Saia daqui. — Eu repeti. 

— Meu irmão mais novo já te expulsou da vida dele, por que você está voltando agora? E como você entrou na nossa casa? Todos vocês! Se livrem dele agora! Se ele pisar na minha casa outra vez, todos vocês vão se ver comigo! — Khun gritou com raiva. 

— Ei, relaxa. — Kim rapidamente segurou Khun. 

Eu me sentia exausto com todo o drama e problemas que estavam acontecendo, então não ouvi mais da discussão dele, fechei a porta imediatamente e me sentei no sofá. Fechei os olhos e me deitei cansado. Eu conseguia ouvir Khun gritando do lado de fora da sala até que tudo ficou em silêncio. Depois de um tempo a porta do meu escritório se abriu e eles entraram. 

— Ele foi embora! — Khun entrou na sala. 

— Você exagerou um pouco com aquele babaca. — Kim veio e sentou ao meu lado. 

— Existem muitas pessoas como ele. Ele acabou de te ver e de repente seus olhos estavam cheios de lágrimas. Ele é um ótimo ator! Eu queria dar uma surra nele! — Khun fez sinal de que iria sair da sala e ir atrás de Tawan, mas Kim rapidamente segurou seu braço. 

— Sério mano. Se você tá com tanta raiva, vai comer que passa. — Kim balançou a cabeça frustrado. 

— O que tem de errado contigo, Kinn? O que aconteceu? — Khun parou quando estava prestes a chutar o rosto de Kim.

— Eu deixei Anon na cola de Porsche, então quando Porsche estava falando comigo no celular, Tawan pegou meu celular. — Eu disse apertando minhas têmporas.  

— Você conseguiu superar Tawan? — Kim perguntou. 

— Sim! — Eu respondi sem hesitar. 

— Eu tô surpreso. Porsche não faz o teu tipo. Olha pra todos os caras que você namorou antes. Eram todos dóceis, mas com Porsche, você vai ter que usar os braços e as pernas para conquistar ele. — Kim disse rindo. 

— Bom, eu não consigo acreditar que estou gostando dele. — Como Kim disse, todos que tive em minha vida eram gentis. Eu gosto que sejam suaves, doces e fofos. Mas Porsche, tem um rosto másculo, musculos firmes, uma tatuagem foda e uma personalidade selvagem. Mas estranhamente, quando ele está comigo, acho ele fofo. 

Eu vou ser capaz de me reconciliar com ele?

— Olhando pra o seu esposo, ele é brutal. Você não tem medo de levar uma surra? Eu acho que um dia ele vai drenar o sangue na tua cabeça e lavar os pés com ele. — Kim disse como se estivesse tendo arrepios. 

— Che não é muito diferente de Porsche. Você também não tem medo? — Khun estreitou os olhos para Kim.

— Ele não é igual ao irmão dele! Ele é mais fofo! — Kim disse de repente antes de perceber o que deixou escapar. 

Ele virou e olhou para mim, mordendo o lábio. Mas eu estava com muita preguiça para me importar com assuntos tão triviais. Apenas o mesmo problema para o qual não consigo encontrar uma solução. 

— Você acha que seria melhor eu mesmo ir atrás dele? — Ponderei se deveria ir atrás de Porsche ou não. Eu queria explicar e fazer com ele entendesse o que realmente aconteceu. 

— Ah, melhor não. Eu liguei para Anon um tempo atrás. Ele tava levando uma surra do Porsche até agora, então eu não sei se você vai ficar bem. — Kim disse em preocupação. 

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