PORSCHE
Sentei com meu celular em mãos enquanto jogava como um louco depois de ter feito provas super difíceis o dia todo. Cacete! As perguntas das provas de hoje foram algo que eu nunca tinha visto antes.
A gente estudou alguma coisa parecida? Que droga, eu não conseguia lembrar de nada.
Meu cérebro deu pane ficando em branco. Quanto mais eu procurava por respostas, mais eu não conseguia encontrá-las. Eu queria ir dormir em vez disso.
Porra! O que eu consegui foi uma pele radiante depois de ter dito uma ótima noite de sono, beber oito copos de água por dia ajudava muito a hidratar a pele. Que ridículo.
— Já terminou suas provas? — A voz de Kinn não tirou minha atenção da tela do celular. Acenei para ele e continuei jogando.
Eu estava há uns dez minutos sentado no banco esperando por ele. Kinn e seus amigos se reuniram ao redor da mesa e ele sentou ao meu lado.
Ugh. — Afastei meu rosto de Kinn, que fez um leve carinho na minha bochecha.
— EIta. Já sabemos quem está no controle agora. — Time disse, sorrindo para nós.
Eu mantive minha cabeça baixa e continuei jogando. Na verdade, eu não queria ter esperado, mas o desgraçado do Kinn ficaria igual velho rabugento de mau humor seu eu não esperasse. Que droga! Ele me forçou, mas parece que sou muito bom em ceder aos caprichos dele.
Que piada, Porsche.
— Para ter um relacionamento com um mafioso, ele tem que ser mantido sob controle. Às vezes, nem eu aguento ficar tão perto dele assim. — Tae disse sarcasticamente para Time que fingiu ignorância.
— Depois das provas, onde você pretende ir comemorar? — Mew perguntou, eu o ouvi, mas não o escutei realmente.
— É uma surpresa. Uma pessoa me convidou. — Tae olhou para Mew, que estava confuso. Eu olhei para ele, que havia tirado os óculos massageando o canto dos olhos. Eu continuei meu joguinho.
— Por que está tão estressado? Você deve ter lido vários livros e ficado sem dormir por uma semana. Talvez queira relaxar um pouco. — Time disse.
— Sim! Faz uma semana que eu não durmo. Estudamos na mesma universidade e eu ainda não sei por onde começar a ler.
— Por favor, olhe para a sua pontuação e do Mew. Pode dizer, você estava jogando com Kinn noite passada. — Tae gentilmente cutucou Time.
— Mesmo que Kinn tenha feito isso, a pontuação ainda está próxima da minha. Quantas matérias você quer neste semestre? — Mew perguntou para Kinn provocativamente.
— Se eu tiver uma pontuação boa nas matérias, vai ter alguma recompensa para mim? — Kinn arrastou a voz enquanto virava o rosto em minha direção, antes de chegar mais perto, mas eu o empurrei.
— Recompensa meu pé! — Balancei meu pé e bati com ele na canela de Kinn por debaixo da mesa. Voltei a me concentrar no jogo, tentando incansavelmente vencer.
— O quê? Depois de tantas noites sem dormir, eu não mereço nada de você? — Kinn levou as mãos ao rosto e olhou para mim enquanto eu jogava.
— Você está com sono porque estava jogando! Não vem com essa para cima de mim! — Eu me virei e gritei para Kinn, cujos olhos já estavam me distraindo.
— Mas eu prefiro que você brinque comigo! — Kinn colocou a mão levemente na minha cabeça. Antes de eu desviar dele, mas terminar corando de qualquer maneira.
Esse desgraçado era tão diligente em me provocar enquanto minha atenção estava dividida. Meus companheiros de time iriam me xingar se eu perdesse, e eu iria xingar Kinn de volta até a morte.
— Vamos apostar como na noite passada. Se você perder, temos uma rodada. Ok? — Kinn, que não tinha desistido, se aproximou do meu ouvido e sussurrou baixinho.
— Cacete, Kinn! — Minhas mãos estavam ocupadas, então usei meus pés para empurrar suas pernas para longe do meu corpo.
— Bom, ontem a noite você perdeu. Uma. Duas. Três vezes. — Kinn contou com os dedos.
Eu queria dar uma pausa do jogo só para me virar e dar um tapa nele com todas as minhas forças. — Kinn! — Mas eu apenas consegui rosnar para ele com os olhos semicerrados em frustração.
— Ah, não seja tímido. Tudo bem, se apresse e termine esse jogo. — Kinn puxou meu braço para que eu sentasse perto dele. Eu sorri levemente e continuei olhando para baixo.
— Caramba! Você é totalmente mimado! Também é filho da máfia? É um caso de amor entre dois mafiosos. — Time nos provocou e eu imediatamente olhei para ele.
— Você tem medo do seu esposo? — Tae estendeu a mão e apontou o dedo para a boca de Kinn, que o afastou.
— Hmm, então, para onde devemos ir depois das provas? — Kinn tentou mudar de assunto, o que fez seus amigos zombarem ainda mais dele. Mas eu olhei ferozmente para eles e eles ficaram em silêncio quase que instantaneamente.
— Mudando de assunto, hmm, vamos lá. Não tente negar, eu estou sendo atencioso. — Tem disse, então olhou para mim com preocupação.
— Em conclusão, que tal a cobertura? Ou um bar no meu hotel? — Tae se ofereceu e eu agradeci silenciosamente por ele ter se intrometido.
— Docinho, eu quero ir para o bar da Jae Yok. É divertido lá. — Time respondeu à oferta de Tae. O rosto de Tae se contorceu em desgosto.
— Isso, eu quero uma mudança de atmosfera. — Mew concordou com Time.
— Hmm. Pensando bem, a música de lá é boa. Bom, depois das provas, vamos comemorar! Porsche pode convidar Tem e Jom também. — Tae concluiu e toda mesa concordou.
Eu concordei com a cabeça como se pedisse para que parassem com a perturbação até que uma voz desconhecida foi ouvida vindo de trás. — Eu escutei, quem vai comemorar aonde?
Todos na mesa se viraram para olhar para o recém-chegado. Eu também me virei para olhar mas caramba. Assim que vi o rosto doce e sorridente do jovem que caminhava para perto da mesa, meus olhos imediatamente se estreitaram.
— Ah, Nong Phim, Olá. — Os olhos de todos se fixaram no garoto cujos olhos brilhavam. Eu sorri ao reconhecer. Me lembro muito bem dessa pessoa.
— Onde vocês vão comemorar? — Ele perguntou alegremente enquanto eu abaixava a cabeça e continuava meu jogo, tentando parecer relaxado.
Me perguntava como Kinn iria reagir a isso.
— Uh… — De repente, houve um silêncio ensurdecedor ao redor da mesa. Ninguém queria responder.
— Bom, nesse caso, eu gostaria de convidar todos vocês. Depois das provas, eu vou dar uma festa no meu condomínio.
Eu olhei para ele antes de me virar para Kinn, que parecia bastante calmo.
Continue assim. Não pense que eu esqueci.
Esse garoto era um dos ex de Kinn, que eu costumava levar para casa, em seu condomínio.
— Vocês estão procurando um lugar para relaxar, não é? — Tae disse, e então acrescentou. — Ah, me desculpe Khun Kinn. — Vi Kinn engolir em seco e fingir estar surpreso e olhar para Phim, seu rosto estava ilegível.
— Phi, Phim comprou um apartamento novo. Kinn está interessado?
— Cacete! — Eu disse em voz alta, mas meu olhos ainda estavam focados na tela do meu celular.
Todos se viraram para olhar para mim.
— Tenham cuidado! Olhem quem estava na fortaleza! — Eu disse furiosamente enquanto fingia gritar com meu celular. Era como se eu não estivesse prestando muita atenção aos acontecimentos que aconteciam à minha frente.
— Khun Kinn, vamos lá. Você não tem planos para depois das provas, certo? E se você tiver, eu posso remarcar. Me diz, que dia você vai estar livre?
— Caralho! Essa lula estúpida é densa, ou só burra? O rosto desse infeliz vai encontrar meu pé já já! — Xinguei enquanto ainda olhava fixamente para o celular. — Não se atreva a se esconder atrás do forte. Eu ainda consigo atirar! — Murmurei em adição.
— Umh. Então, que dia você está livre Khun Kinn? — Phim pareceu me ignorar.
— Caramba! Esse imbecil é muito burro! Que idiota! — Eu repreendi, olhando para a tela e comecei a ficar realmente aborrecido. — Esse é mago é totalmente inútil! — Murmurei baixinho. — Esse jogo é divertido, mas o jogadores são horríveis! — Então me sentei colocando as pernas em cima de uma cadeira, pronto para chutar a qualquer momento enquanto segurava meu celular com força.
— Se você estiver interessado. — Phim se inclinou para perto de Kinn e sussurrou algo que eu não consegui ouvir. Kinn se endireitou, seus músculos ficaram tensos. Eu não disse nada, mas não conseguia aguentar mais.
— Ainda não, ainda não! Você ainda não sabe o que falar?! Então se prepare para escolher como vai morrer! — Eu gritei e Kinn começou a suar. Ele sabia o que eu quis dizer. — Chega, porra! Eu vou te pegar!! Teu forte vai quebrar e eu vou tacar fogo na tua casa! — Kinn tirou a mão de Phim e o empurrou.
— O que você disse Khun Kinn? Eu não entendi. — Ele disse confuso.
— Obrigado por me convidar, mas eu não me sinto confortável com isso. — Kinn recusou educadamente.
— Então, quando será conveniente para Khun Kinn? — Ele pressionou.
— Não estarei conveniente nenhum dia.
— Por quê? Mas, no passado… — As sobrancelhas de Phim franziram.
— Pense em salvar a sua vida. Por favor, por favor? — Kinn disse rapidamente para impedir Phim de trazer de volta o passado.
Suspirei cansado. No momento minha partida no jogo tinha acabado e claro, eu tinha pontos para me tornar o MVP. Bloqueei meu celular e me virei para olhar para Kinn e sua antiga paixonite.
— Khun Kinn, por quê?
— Diz para ele que seu esposo é bravo. Eu estou todo arrepiado aqui. — Tae esfregou o braço e olhou para mim com os olhos arregalados.
— Khun Kinn?
— Por quanto tempo você vai ficar chamando ele? Kinn, você quer que eu vá para cima dele? — Dessa vez, olhei para o rosto de Phim. Ele desviou os olhos imediatamente antes de levantar atordoado.
— O jogo acabou não foi? — Kinn me perguntou. Ele estava suando como uma cachoeira.
— Estou de mau humor, por que você continua aqui?
— N-nada. — Phim respondeu. — Então, eu vou indo primeiro. Tenham um bom dia, Khun, Phi. — ai Phim olhou para mim com medo e acenou em despedida para todos na mesa, então se virou e correu.
Tae se levantou e bateu palmas para me elogiar.
— Isso foi incrível! Você é demais! Eu gosto muito de você, Porsche! Sou teu fã! Se você estiver livre, pode me dar umas aulas? — Tae sorriu em admiração, seus olhos brilhavam e seus lábios sorriam amplamente. Time puxou a manga do esposo para fazer com que ele sentasse novamente.
— Eu estava só jogando. Não fiz nada ainda. — Eu encolhi os ombros.
— An? Você estava xingando as pessoas no jogo? — Kinn passou o braço em volta do meu pescoço e me puxou para um abraço apertado.
— Ugh! Idiota! — Eu gritei para Kinn.
— Você realmente xingou as pessoas no jogo?! — Kinn ergueu a sobrancelha para mim.
— Eu estava xingando você!
Kinn sorriu e beliscou levemente a ponta do meu nariz. Time bateu na mesa ritmicamente como se estivéssemos brigando em uma luta livre, e depois riu alto. Esse não era um grupo de pessoas de elite? Por que eles agem de um jeito tão esquisito igual um bando de idiotas?
Kinn esperou um pouco pelos trabalhos de pesquisa de Mew antes de todos nos separarmos para ir para casa. No caminho, enquanto Kinn dirigia, ele me perguntou sobre as provas. Contei a ele com entusiasmo não sobre o conteúdo do trabalho, mas de todos os sonhos que tive quando estava na sala de provas.
— Nos meus sonhos, era muito realista. Eu entrei numa floresta, peguei uma arma e atirei com ela. Todos os inimigos morreram. Legal, né?
— Então você dormiu?
— Sim.
— Ugh… — Kinn suspirou exausto. Eu fiz uma careta imediatamente.
— Quando que eu tenho tempo para estudar para a prova? Você sempre me convida para fazer besteira. E quando é de noite fica me incomodando. Eu estou com sono. — Eu disse suavemente enquanto mordia meu lábio com força.
Se Kinn tivesse me dado algum tempo a sós à noite, esse semestre seria bem fácil. Agora que penso sobre isso, tenho sorte de não ter tirado nota zero!
— O trânsito está muito intenso. — Kinn reclamou suavemente.
Durante o fim da tarde, provavelmente ficaríamos presos no trânsito. Eu disse a ele que poderíamos usar a moto, mas ele não acreditou em mim. Veja isso agora. Era como ficar sentado e observar até que os carros fiquem cada vez mais apertados à nossa frente.
Ajustei a almofada do meu assento antes de fechar meus olhos. O ar frio atingia meu rosto, junto do toque quente da mão de Kinn em meu cabelo indo para frente e para trás. Eu me sentia tão confortável que não percebi quando adormeci quase que imediatamente.
Boa sorte, Kinn! Bons sonhos para mim.
•••
— Já chegamos? Por que você não me acordou? — Suspirei em silêncio, com preguiça de acordar e cocei lentamente os olhos.
O céu já tinha começado a ficar azul escuro. Era o momento perfeito para dormir confortavelmente, então planejei ir para o quarto, mas Kinn ficou sentado imóvel de frente para o volante. Suas mãos estavam firmemente agarradas a ele e olhava para os guardas no gramado que estavam andando ao redor. Nos últimos dois dias, Kinn tem ficado assim com frequência.
Era como se o cérebro dele tivesse parado de funcionar e estivesse em choque momentâneo. Eu não sabia o que estava acontecendo ou o que ele estava pensando, mas quando perguntava, sempre obtinha a mesma resposta.
— Kinn! Kinn! O que foi? — Balancei seu braço para chamar sua atenção.
— É que, parece que eu estou esquecendo alguma coisa. — Kinn olhou para mim e se virou para frente.
— E o que seria? — Fiquei irritado com a expressão dele quando ele disse isso. Não importa quantas vezes eu pergunte, ele sempre dava a mesma resposta.
Droga! Que porra foi essa que você esqueceu?!
— An? — Kinn suspirou, mantive meus braços cruzados, observando seu comportamento.
— Por quê? O que você esqueceu? Ou será que você não consegue esquecer alguém? — Eu fiz uma careta de desgosto. Acontecia com tanta frequência que eu não sabia o que pensar.
— Ehh, qual foi, não é algo assim. Eu só…
— Não fique pensando que eu estou aqui com você porque estou disposto a me machucar. Se você fizer isso comigo de novo, eu tenho meus amigos para me apoiar. Eu tenho Pete, Arm e Pol. Eles vão te dar uma surra. Então é melhor rever seus conceitos!
— Ei! — Ele disse com voz rouca.
Para ser sincero, eu estou ficando frustrado com o jeito que o cérebro de Kinn funciona, então estou pensando demais. Mas antes mesmo de terminar de falar, Kinn arregalou os olhos e soltou um grito alto.
— O que foi? — Eu perguntei chocado quando ele de repente xingou em voz alta.
— Pete! Lembrei! Caramba! Pete! — Kinn gritou com preocupação no rosto como eu nunca tinha visto antes. Ele imediatamente pegou o celular, o que me deixou confuso.
— Espera um pouco, o que tem o Pete? Ei, pensando bem, eu não vejo ele tem uns dias, Kinn! Cadê o Pete? — Abaixei minha voz e olhei diretamente para os olhos dele.
— Porra! Então, houve uns problemas em casa, com você, Khun Tawan, Big, o infeliz do Vegas e depois as provas. Eu realmente não queria ter esquecido! Merda! — Kinn pegou o celular e procurou por alguém em pânico.
O som das batidas na janela do carro parou Kinn. ele abaixou a janela e o som do irmão mais velho dele veio.
— O que vocês estão fazendo aí no carro? Ah, uma mudança de ambiente, hein? — O ding-dong sorriu maliciosamente e eu quis dar uma bicuda na cabeça dele e tirar aquele sorriso de seu rosto.
— O que você quer? — Kinn se aproximou para evitar que o cabeça de vento entrasse pela janela.
— Para onde vocês estão indo? Me levem junto. — Ele disse enquanto soltava um grande suspiro.
— Que porra, a gente acabou de chegar da faculdade. — Eu respondi calmamente. Depois daquele dia constrangedor na varanda, não tive coragem de falar com ele por causa da boca maluca dele.
— Ah, eu estou tão sozinho que acho que vou morrer. Todos os meus guarda-costas favoritos estão de férias e foram para suas províncias. Só vou ver eles na próxima semana. Droga! — Khun colocou os dois braços no encosto da janela e apoiou o queixo em uma das mãos.
— Ah! Então… — Antes que Kinn pudesse terminar de falar, Khun interveio novamente.
— Cada um deles! Me deixaram sozinho. Que mundo cruel!
— Incluindo…
— Sim! Todos eles foram para casa. Droga. Kim me deixou brincar com Anon, mas ele não é nem um pouco divertido. O idiota não conseguia nem falar sem tremer!
— Guarda-costas esses que incluem…
— Enfim. Se vocês saírem para se divertir, não esqueçam de me convidar também. — Ele disse antes de ir embora. Khun imediatamente se virou e voltou para a casa principal.
Eu estava surpreso. Kinn ficou sem palavras, ele não conseguiu terminar uma frase sequer. Khun parecia ter crescido sem nenhuma educação. Foi como se ele tivesse chegado, falado o que queria e ido embora, aquele cuzão!
— Uau, isso esclarece muita coisa. Eu sabia que tinha esquecido algo. Foi o Pete! Ele deve estar bem cansado. Ele deve ter ido para casa dele descansar. — Kinn pareceu um pouco aliviado e encostou as costas no assento com os olhos fechados.
— Como você pôde? De todas as pessoas que poderia esquecer, logo o Pete? Sério?! — Eu disse incrédulo.
O que ele estava pensando que tinha esquecido há dias, acabou sendo Pete. A princípio eu pensei que o clima tranquilo da casa fosse por causa das coisas que aconteceram em relação a Big, mas para onde meu amigo foi?
— Porra! Eu fui descuidado! Mas como Pete também estava com você, ele ficava indo e vindo em dois lugares, então eu fiquei confuso.
— O que você pediu para ele fazer? Seu pessoal não são um bando de robôs!
— A essa altura, ele deve ter voltado para casa confortavelmente. Mas ele não me disse que o trabalho estava concluído. É bom que agora eu sei. — Kinn inclinou a cabeça e olhou para mim antes de estender a mão para acariciar suavemente minha bochecha, mas eu o ignorei.
— Como você pode ter certeza de que Pete voltou para casa?
— Bom, o trabalho dele foi um sucesso. Provavelmente ele foi para casa sem me avisar, deve ter sido isso. Mas já que você mencionou, acho melhor ligar e verificar.
Kinn pegou novamente o celular. Pressionou o contato de Pete e ligou para ele. Ele então deixou no alto-falante para que eu pudesse ouvir.
“ — O número que você ligou está fora de área ou desligado. Por favor, tente novamente mais tarde.”
— Viu? Ele realmente está em casa. — Kinn apontou para o celular.
— Você é idiota? O celular dele tá sem sinal! Para de falar merda.
— Então, o problema é que a casa do Pete fica numa ilha. Ele fica sem sinal toda vez que vai para casa. É normal. — Kinn disse com convicção. Até que eu soltei um suspiro de alívio. Kinn deve ter colocado ele para trabalhar tanto que o coitado deve estar desmaiado na cama tentando relaxar na casa dele.
— Ah, tá bom então.
— Vamos entrar.
Segui Kinn para dentro da casa, me sentindo aliviado por ninguém ter se machucado. Os homens de Big também foram tratados de acordo. Alguns renunciaram e alguns foram embora cabisbaixos. Eu simpatizo com eles.
Pelo menos, toda ação tem um motivo. Foi a necessidade e ganância que tomaram conta de suas mentes. Mesmo que Kinn me confortasse toda vez que alguém morria, droga!
Eu não tenho sangue de barata. As vezes eu pensava, e se um dia eu errasse? Eles iriam me matar? Porque uma família de mafiosos é brutal.
Depois de terminar de jantar, tomei um banho até ficar confortável e tentei meditar para poder voltar e rever minhas anotações novamente. Enquanto escovava os dentes, peguei meu celular e conversei no Facebook com Tem e Jom.
JOM: Quando que essas provas terminam?? Que estresse!
Jom postou no status do Facebook para descrever sua frustração e eu sabia o quão estressante eram as provas, mas mesmo que ele se sentisse assim, ele sempre me chamava para jogar.
COMENTÁRIOS:
TEM: Só mais um dia meu amigo!! Vamos passar o braço pelo seu pescoço no ponto de encontro! Vamos passar por essas provas juntos.
JOM: Porra! Eu com certeza vou ler meus livros.
TEM: Amém.
JOM: Depois da prova, eu vou beber até cair. Beber água que passarinho não bebe.
TEM: Coitado do passarinho.
PORSCHE: +1 pro Tem.
JOM: Ufa! Pra qual lugar ir? Por favor, especifique o lugar para me encorajar pra a prova!
TEM: É bom beber depois de terminar as provas para o aniversário do Porsche. O Bar da Jae Yok vai ser bom. Vamos terminar.
JOM: Tá.
PORSCHE: Vocês já perguntaram pra mim?
JOM: Você devia ter escrito “Já perguntaram pro pai de vocês?”
PORSCHE: idiota!
TEM: Isso mesmo, dê um tempo para os seus amigos.
Pressionei a tela de bloqueio e me virei para me concentrar em escovar os dentes. Esses dois idiotas estavam apenas tentando ficar bêbados. É como se todos os anos eu não desse muita importância ao meu aniversário por ter que trabalhar. a última vez que assoprei as velas de um bolo foi quando meus pais ainda estavam vivos, o que foi há muito. Embora tenha recebido alguns cartões e presentes, considerei aquele dia apenas como um dia comum.
Saí para o escritório onde Kinn olhava para a tela do computador. Ambas as suas sobrancelhas estavam bem unidas. Assim que seus olhos olharam para mim, deu pequeno salto.
— O que você tá vendo? Pornô? — Provoquei enquanto estreitava meus olhos.
— Não, por que eu faria isso quando eu poderia assistir ao vivo? — Kinn desfez sua expressão estressada para sorrir para mim. Eu então, mostrei o dedo do meio para ele.
Esse cara de percata é irritante pra caralho.
Fui direto pegar um livro que estava no sofá. O segurei com as duas mãos e fui em direção para sair da sala.
— Pra onde você tá indo?
— Vou ler o livro lá embaixo.
— Por que não lê ele aqui?
— Tem muita tentação nessa sala e você pode fazer alguma coisa! — Fechei a porta e caminhei pelo corredor da casa, me deitei no sofá e comecei a ler página por página, sem que ninguém me perturbasse.
Era bom que Khun Korn ainda não tivesse voltado do exterior, caso contrário, eu não seria tão corajoso para ficar deitado na sala assim. Ainda me sentia estranho perto dele, embora ele tenha dito que sou como um filho para ele.
Ele parecia realmente se importar comigo e com meu irmão Porsché, e às vezes eu não conseguia deixar de ficar um pouco surpreso. Todo mundo leva um tempo para se adaptar.
Kinn levou Ché e eu para nossa antiga casa para pegar alguns pertences e desde então moramos aqui. É muito difícil me adaptar a um novo ambiente, pois nessa situação não preciso fazer nenhum trabalho. Kinn disse que apenas ficar ao seu lado e ser seu apoio emocional era o suficiente.
Mas eu não me sinto confortável com isso. Eu sei que exigi de Kinn sobre isso, mas dormir e passear pela casa não é minha praia. Então ajudei Kinn com os documentos como antes como pude. Eu não poderia mais negar a mim mesmo que posso viver sem Kinn porque não posso. Ele afetou minha vida em todos os aspectos. Quando acordo, quando estudo, quando como ou até mesmo antes de dormir. Seu rosto estava constantemente na minha mente.
Aqueles momentos em que tentei me convencer de que poderia viver sem ele foram os momentos mais dolorosos da minha vida. Eu não conseguia resistir a ele. Eu sempre queria ele perto de mim e ele disse que queria que eu estivesse ao lado dele também. Mesmo que, no meu ponto de vista, eu o perdoasse com muita facilidade. Eu queria provar se tudo o que ele prometeu era verdade.
Eu não precisei pedir por nada. Ele realmente tinha cumprido suas palavras de restaurar a minha confiança e sentimentos por ele e ainda mais. Dessa vez eu ainda não posso dizer que tenho cem por cento de certeza, não tenho ideia de como deveria me comportar para ser o suficiente para o segundo filho da família principal.
Eu poderia aceitar a parte de que o amo, mas ser a pessoa que está ao lado dele através do status social, não acho que será fácil. As pessoas ao nosso redor podem aceitar isso facilmente, mas no futuro vamos conhecer pessoas novas e eu realmente não sei o quanto devo tentar me encaixar. Vou deixar que o tempo siga seu fluxo.
As palavras e letras na minha frente eram como rabiscos em preto e branco que eu não conseguia mais ler até que minha visão ficou embaçada quando o sono tomou conta. Minhas pálpebras falharam e começaram a fechar, visto que eu tinha dormido muito pouco nessa semana. Eu tinha uma prova no próximo dia. Precisava estudar ou então seria reprovado. Tirei notas muito baixas esta semana, então precisava acumular algum conhecimento em meu cérebro. Eu só esperava não tirar nota zero.
— Porsche, vamos para a cama.
Eu não sabia quando peguei no sono. Só percebi isso quando Kinn veio me buscar. Larguei tudo e esqueci da prova antes de segui-lo até o quarto. Quando toquei na cama macia, caí num sono profundo e não soube mais de nada depois disso.
•••
As provas estavam ficando cada vez mais intensas a cada dia que passava. Foi feroz como se estivéssemos em uma fogueira. Eu senti como se estivesse morrendo queimado assim que vi a prova, quase taquei fogo em mim junto com a pilha de livros e folhas de aula como combustível.
Cacete! Eu estudava a tanto tempo e tinha acabado de perceber que era uma anta quadrada. As perguntas do questionário me deixaram tonto, embora estivesse escrito em Tailandês. Por que eu não conseguia entender bulhufa nenhuma?
Kinn parecia ocupado ultimamente e parecia mais estressado que o normal. Provavelmente porque ele precisava memorizar suas partes em inglês e a última prova não foi de múltipla escolha. Era completamente subjetivo. Eu vi ele lendo um livro bem tarde da noite e senti pena dele.Tudo o que pude fazer foi dizer boa noite em meu coração e dormir com minhas próprias pilhas de livros quase todas as noites.
Mas havia algo me incomodando. Ele tinha começado a agir sorrateiramente. Falando ao celular e sorrindo inconscientemente. Eu comecei a entrar um pouco em pânico, mas eu precisava me censurar. Estar sozinho para administrar o negócio sem o pai, ele devia estar muito estressado, eu não deveria adicionar mais ao fardo dele.
— Você quer que eu te ajude? — Eu o vi parecendo muito cansado depois de dias tendo que administrar os negócios e as provas. Amanhã era o último dia de prova e seria a matéria mais difícil e com a maior pontuação de créditos. Então, eu disse para ele que deixaria que ele falasse com os clientes à noite enquanto eu o ajudava com os documentos.
— Tá tudo bem, só fique aí e estude. — Kinn tinha me deixado sozinho durante a noite por dias. Eu tenho comido com Khun, Kim e Ché na mesa de jantar sem ele.
Não sei por que a empresa estava tão ocupada ultimamente. Então ele só voltava para o quarto às cinco da manhã. Às vezes no meio da noite eu não conseguia acreditar. Não era como se ele estivesse fazendo algo errado, é só que confiança não é algo fácil de se conquistar novamente.
O celular de Kinn tocou. Ele olhou para a tela e semicerrou os olhos para mim um pouco antes de se virar e ir atender a chamada um pouco longe. Merda! Ele se comportava de um jeito esquisito a cada dia que passava.
Ou ele tinha se cansado de mim de novo?
— Entre primeiro. Eu vou voltar mais tarde essa noite, então não espere por mim. — Kinn se aproximou de mim e disse depois de desligar.
— De qualquer forma, eu durmo primeiro mesmo. Não fale como se eu fosse estar esperando por você. — Eu me irritei com ele. Eu iria dormir quando estivesse com sono e comeria quando estivesse com fome.
Por que eu o esperaria?
Kinn sorriu para mim e estendeu a mão para bagunçar meu cabelo, mas eu rapidamente me esquivei.
— Tanto faz para onde você vai, se apresse. — Eu disse rápido. Kinn sorriu levemente e balançou a cabeça antes de sair de casa.
Mas o que?! Ele realmente saiu?
Eu não aguentava mais. Comecei a caminhar freneticamente pelo quarto. Eu não queria agir de maneira mesquinha, mas se as pessoas estão sempre juntas, tendemos a notar qualquer mudança, até mesmo a menor delas.
Porra, Kinn! Você definitivamente tem outro! Não ache que vai se safar dessa! Mesmo que eu tenha te perdoado facilmente, suas chances não são limitadas, fique ciente disso, seu imprestável!
Ele podia escolher qualquer pessoa. Eu estava surpreso que ele tinha me escolhido, mas acho que ele ainda estava indeciso. A resposta estava se tornando cada vez mais clara.
Se tinha alguém, era direito dele. Quanto ao que eu estava fazendo hoje, sempre me pergunto: vale a pena? Posso fazer isso ou não? Mas muitas vezes eu faço isso e expresso o que sinto por ele.
Esqueci que ele nunca me deu uma posição clara sobre o que eu sou na vida dele. Outra coisa que ficou sem solução e que me deixou inquieto dentro de casa, foi que eu ainda não sei exatamente o que me tornei. Um parceiro? Um companheiro? Uma pessoa para ficar ao seu lado para sempre?
Esses pensamentos estão podres! Acho que vou vomitar!
Todo esse tempo, eu estava sempre pensando nisso, mas não conseguia dizer. As palavras inundaram minha boca. Ele tinha lançado um feitiço para eu me tornar seu escravo emocional?
Desgraçado!
Eu estava com ele não tinha nem uma semana ainda e ele já tinha voltado a ser o que era antes? Essa história de amor era realmente complicada.
Então Kinn vai voltar a ser um cafajeste?
Eu pensei sobre isso profundamente. Havia um ditado na escola. Como uma vela na chuva, as luzes se apagaram.