Explore 'KinnPorsche' no SubNovelBL: A saga de Porsche, lutador e guarda-costas de Kinn, em um mundo de amor, perigo e máfia.

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Capítulo 9 da Novel de KinnPorsche – Esquecido

Porsche

Segurei na borda da piscina me lançando para cima, não consegui focar muito no teste de hoje. Senti como se eu estivesse mergulhando na água e sendo empurrado para o fundo, mas de algum jeito continuo sobrevivendo.

Continuei pensando sobre os peixes que matei ontem a noite, não sei o que vai acontecer em seguida. Não estou pronto para nenhum problema extra a este ponto. 

Todos os peixes Koi morreram porque eles eram sensíveis demais para um líquido de procedência duvidosa que entrou no lago.

— O que você tem pra ficar com essa cara o tempo todo? — Tem nadou para perto de mim, e Jom que estava agachado perto da piscina se aproximou também. O corpo de Jom ainda não está em condições para a aula de natação de hoje, então ele teria que fazer um relatório escrito.

Os dois me olhavam curiosos.

— Me diz, se algo está te incomodando, talvez eu possa ajudar. — Tem, que continuava flutuando na água, olhou preocupado para mim. 

Quanto mais eu olhava a maneira que ele nadava vestindo uma touca de banho laranja, mais eu pensava nos peixes koi.

Droga!

Se eu tivesse matado um peixe em qualquer outro lugar, eu apenas me desculparia, mas eu tinha que matar os peixes que pertenciam ao filho mais velho de uma família de mafiosos! 

Ele vai me dar um tiro? 

— O que eu vou fazer? — Esfreguei meu rosto com as duas mãos, me sentindo ansioso. Meus amigos provavelmente estão se sentindo tão constrangidos quanto eu, essa deve ser a primeira vez que eles me vêem assim. 

— O que aquele mafioso imbecil fez? Eu vou acabar com a raça dele! — Jom disse com uma carranca, fazendo Tem jogar água no rosto dele.

— Se olha no espelho primeiro idiota! — Ele gritou. — Só sabe falar!

— Sim, isso seria maravilhoso, olha o que eles fizeram comigo? Qual é! — O rosto de Jom estava ficando ainda mais irritado quando ele falou sobre isso.

Eu sinto muito por ter usado o nome dele quando Kinn perguntou pelo meu, eu já expliquei tudo para ele, e é óbvio que ele ficou com raiva, então eu voluntariei-me a pagar por seu almoço por esse mês inteiro, só assim ele voltou ao normal sendo o insuportável de sempre.

Os dois agora sabem que trabalho para máfia, eles não aceitaram e ficaram preocupados com minha decisão, mas eu expliquei que fiz isso pela minha casa e as ameaças do Kinn. Além disso, a oferta que me fizeram era um pouco apelativa. 

Os dois aceitaram minha explicação mas ainda não tinham concordado com minha escolha.

— Tem, você pode tirar sua touca? — perguntei em um tom de voz baixo, só de ver Tem flutuando na piscina com aquilo na cabeça estava me dando gatilho.

— O que? Eu tentei escolher uma cor que combinasse comigo, quando fizer o teste, vai ter bons resultados. — Tem disse tirando a touca, saindo da água e sentando perto de mim. — Você está bem? — Ele perguntou.

— Eu matei Elizabeth e Sebastian. — fechei os olhos e respirei fundo.

— Porsche, seu idiota! Você trabalhou por um dia e ele já mandou você matar pessoas? Chama a polícia pra prender eles! — Jom berrou.

— Shia! Eu tenho um assassino como amigo, um assassino! — bati na cara de Jom com força, sem me preocupar o quão machucado ele ainda estava da surra.

— Eles realmente fazem isso na vida real? Shia, Porsche! Você tem que parar de fazer isso! — Tem disse, surpreso. Ele se afastou um pouco de mim, me olhando assustado.

— Eles são humanos, cara! — Jom resmungou, antes que ele falasse mais merda eu o parei.

— Não são humanos.

— … — Eles ficaram em silêncio esperando que eu terminasse de falar.

— São peixes! — Os dois abriram tanto a boca que o queixo deles foi ao chão, mas depois de dizer isso eu vi um olhar de alívio vindo deles e eles voltaram ao normal.

— Porra, você quase me matou do coração! Estou mais aliviado agora, esses são os nomes dos peixes? Eli… O que? _ Jom perguntou.

— É por causa do nome dos peixes que eu acho que ele vai me matar! — Falei para eles tudo o que tinha acontecido no meu primeiro dia, eles riram e eu não pude deixar de rir um pouco com eles.

Será que Kinn vai me chamar hoje? Eu não posso ir para aquele caos e nem consigo imaginar o que vou encarar mais tarde, Tem me disse novamente para que eu saísse, mas eu não posso fazer isso, tenho que encarar o problema.

Acho que não posso fazer nada a não ser pedir por perdão e receber a punição, já que não posso parar de trabalhar para eles, e eu tinha assinado um contrato de um ano, se for violado, onde vou conseguir dinheiro para pagar as taxas?

Sai da piscina indo me trocar e olhei para meu celular, descobrindo que o número de Kinn que eu não tinha salvado no meu celular, tinha me ligado oito vezes. Eu pude apenas chorar pelo leite derramado e seguir o conselho de Tem em parar de fugir e enfrentar o problema.

Exatamente às seis horas em ponto, estacionei minha moto e tirei meu capacete, rezando para que Khun Phra Si Rattanatrai me protegesse. 

Assim que meu pé tocou o chão, um guarda se aproximou e me chamou. 

— Khun Kinn quer te ver.

Respirei fundo, quem foi que disse que suspirar encurta sua vida? Pois essa pessoa está certa, porque estou perto de morrer agora.

Andei devagar, subindo as escadas sem muito esforço enquanto olhava para a enorme porta de madeira e passava por ela.

O quarto estava completamente silencioso, Kinn não estava sozinho, seu irmão mais velho estava sentado de braços cruzados e cenho franzido, ele olhou para mim e eu tentei o ignorar, mas Kinn também me encarava.

Eles já sabiam que fui eu.

— Assassino! Por que você matou meus peixes?

— … — Não respondi, estava cansado demais para dizer alguma coisa, apenas engoli todos os xingamentos que queriam sair da minha boca.

— Sinto muito por você. — Kinn disse, em um tom de voz sem sentimento nenhum, mas tenho certeza de que ele estava zombando da minha cara. 

— … — Eu ainda estava com problemas em falar algo.

— Vai dizer que você não fez? — Kinn levantou as sobrancelhas.

— Como poderia não ser ele? As câmeras de segurança claramente o pegaram! Eu achei que fosse sua primeira vez, mas agora eu estou irritado, por que você fez aqui? — disse Khun.

Droga! Ele pegou o iPad me mostrando o vídeo em que eu estava atendendo o chamado da natureza, ele até deu zoom na tela para mostrar onde minhas mãos direcionaram meu precioso.

— Me desculpe. — Quando vi que esse assunto não iria acabar tão cedo, decidi me desculpar em voz baixa.

— O que eles fizeram para você? Eu os amava tanto! — Seus gritos soavam como lamúrias, seus olhos vermelhos olharam para mim cheios de fúria. — Ensine seu povo a se comportar! Eu estou indo agora, mas vou manter meus olhos nele, vamos gente! 

Para mim, ver o filho mais velho da máfia tentando segurar o choro quase me fez rir, mesmo que a situação estivesse complicada, quando cheguei e o vi, não sei o motivo, mas me sinto como um idiota.

A grande porta foi fechada e vários deles pareciam estar preparando meu velório, olhei para trás um pouco aliviado que os guarda-costas que sobraram não eram muitos, mas não tenho certeza se ainda estou com problemas. Quando virei minha cabeça, meus olhos colidiram com os de Kinn, que ainda estava me encarando com intensidade e desprezo.

— Não sente nenhum um pouco de remorso? — Ele sentou, com os braços cruzados, seu rosto estava irritado, e eu me curvei o máximo que consegui, antes de olhar de volta. — Por que você não foi para o banheiro? Não contratei você para agir de maneira tão estúpida. — Sua voz estava baixa e irritada.

— Eu não sabia, o lago de peixes que eu vi era todo preto, então eu pensei que fosse um esgoto. — Respondi, a expressão dura em seu rosto diminuiu um pouco, então eu sentei no sofá de frente para ele.

— Quem disse que você pode sentar?! — O som de seu grito alto chegou em mim antes que minha bunda tocasse no estofado do sofá, seus olhos verdes ferozes me olhavam com raiva.

— Eu tô cansado! — Respondi.

Esse homem é louco, eu só queria sentar.

— Eu nem sei pelo que te xingar primeiro, por sua desculpa ridícula sobre os peixes ou o modo que você sempre age comigo! Levanta! Esse não é lugar para você sentar! — Kinn gritou, outra vez. 

— Porra, quem você pensa que é? — resmunguei baixinho, me levantando do conforto do sofá. Percebi que ninguém sentava do lado dele, estou cansado de ter esse sistema de hierarquia.

Então o que eu sou? Ele não acha que pessoas como eu ficam cansadas também? 

— E outra coisa. — Kinn pegou alguns papéis em cima da mesa e jogou no meu rosto, fazendo os papéis voarem por todo o lugar.

Qual o direito que ele tem de fazer isso com alguém? Olhei para ele irritado. — Shia, Kinn! — Falei em um tom de voz firme.

— Não fale comigo assim, você sabe o que você fez? — Ele andou em minha direção, mas eu não tinha a intenção de recuar.

Ele acha que é o único com raiva aqui? Ele acha que vou abaixar a cabeça para ele?

— O que eu fiz? O que caralhos eu fiz?! — gritei para ele.

— Porsche, como você se atreve a levantar sua voz?!

— E porque eu não me atreveria? Eu sempre faço isso! — falei honestamente, se eu não estivesse tão convicto, não estaria em pé o encarando desse jeito.

— Você realmente não tem medo! — Ele empurrou meu peito com força o bastante para que eu batesse minhas costas na parede.

Estou me sentindo um pouco provocado. Vai se foder, Kinn! 

Sem me importar com mais nada dei um passo à frente, o empurrando com um pouco de força que ele quase caiu no sofá.

— Porsche! — Ele agarrou meu pulso com tanta força que eu quase perdi o equilíbrio, fui puxado por ele e antes que eu caísse por cima dele, ele inverteu as posições me jogando no sofá ficando em cima de mim, me estrangulando.

Posso dizer o quanto ele está irritado por seus olhos afiados olhando para mim. O aperto no meu braço era doloroso, mesmo que eu tentasse me soltar ele não me largava, não, eu não posso lutar porque quando Kinn fica muito irritado, sua força aumenta consideravelmente.

— Eu te avisei para fazer as coisas direito, você sabe o que fez de errado hoje?!

Eu apenas o olhei sem palavras, pensando em quão lindas eram as faíscas de fogo que saíam de seus olhos verdes.

Que porra?!

— Você acha que isso é uma piada? Como você organizou os relatórios? Está tudo errado desde o início! — Ele apertava os dentes com raiva a cada palavra que dizia.

— Sai de cima de mim! Eu não consigo respirar! — tentei me mexer com dificuldade. Consegui libertar minhas mãos, mas eu não conseguia levantar com ele em cima de mim. A essa distância eu posso ver seu rosto irritado, seus olhos verdes olhando ferozes para mim até seus cílios ondulados.

— Eu vou matar você! — Ele continuava a apertar meu pulso, pressionando seu corpo em mim, fiquei chocado quando seu rosto ficou tão próximo do meu, não acho que possa lutar contra ele. Tentei me soltar de seu aperto e a sensação de formigamento que cresce no meu corpo está me deixando sem ar.

Tentei me levantar e o chutar algumas vezes até me ver livre de seu aperto e Kinn cair para o outro lado do sofá, rapidamente tentei ficar de pé e respirar por minha garganta dolorida. 

Não importa oque aconteça, eu não vou desistir, vamos testar nossas forças aqui e agora.

— Shia! Eu não consigo mais lidar com você! — Ele não veio atrás de mim e apenas deitou no sofá soltando um grito alto.

— Tem certeza? Vem me pegar então, quero ver como você vai lutar comigo! — Mesmo sabendo que ele é forte, eu acredito que posso lutar contra ele se eu tentar.

— Pessoas como você são completamente egocêntricas. — Ele respirou profundamente até sua raiva se transformar em exaustão.

— Eu estou ótimo. Você é o único egocêntrico aqui. — exclamei baixo, olhando para Kinn que pressionava suas têmporas. 

— Tenho medo de que algum dia eu acidentalmente te mate. — Ele murmurou, o que é claro que eu não liguei. Vendo que ele não ia dizer mais nada, me virei para ir embora. Estou cansado de ficar no mesmo cômodo que esse imbecil, depois de tudo que aconteceu, eu estava realmente puto e queria ir para fora. — Quem te deu permissão para sair? — Meus passos pararam ao ouvir aquilo.

O que era agora?

— O que mais você quer? — perguntei.

— Vá se trocar, eu vou sair.

— Pra que roupa? — fiquei confuso com isso.

— Eu vou sair e não vou te deixar ir desse jeito. — Kinn levantou as sobrancelhas me olhando da cabeça aos pés, hoje eu tinha ido para casa trocar minhas roupas por uma camisa preta e uma calça jeans, são as roupas mais modestas que tenho.

— Não vou me trocar. — Eu falei, cruzando meus braços na frente do peito.

— Você tem que se vestir corretamente. — Ele disse em uma voz intensa, enfatizando cada palavra.

— Então eu não vou!

Ele levantou do sofá e andou em minha direção, sendo que agora eu já estava esperto e não iria deixar ele fazer nada comigo outra vez. Ele segurou meu pulso que estava prestes a passar o cartão na porta e a destrancar. Ele me empurrou na porta com força me prendendo ali, mas eu lutei de volta.

— O que você está fazendo?! — puxei meu braço, que foi forte o suficiente para me livrar de seu aperto.

— Você vai seguir minhas ordens ou eu deveria fazer os bastardos lá fora arrastarem você? — Ele gritou alto contra meu rosto, me puxou de volta, dessa vez ele andou em direção a porta a abriu e me arrastou para fora. Os guardas que estavam do outro lado da porta olharam para mim curiosos, mas quando eles viram Kinn, fingiram estar lendo um livro ou andando para frente e para trás como se estivessem de guarda. — Você consegue andar ou eu deveria mandar eles carregarem você? 

Eu vi eles olharem para mim em antecipação, me livrei do aperto de Kinn novamente e respondi. 

— Sim! Okay, okay. — O segui por trás, xingando loucamente em meu coração, pessoas como ele com essa natureza dominante, não são pessoas comuns.

Se eu pudesse dar uma surra nele…

— Meu pai já voltou? — Ele parou na frente do cômodo de baixo, perguntando a um dos guarda-costas. Assim que terminou de perguntar, ele pegou meu braço, me puxando para dentro onde Khun Korn e Phi Chan estavam sentados em uma mesa grande, o que me fez perceber que esse deveria ser o escritório do pai dele.

— O quê? — Khun Korn perguntou, franzindo o cenho antes de rir alto. Eu me livrei da mão de Kinn mais uma vez para então levantar minhas mãos em uma reverência para Khun Korn e Phi Chan. 

— Pai, eu não vou deixar ele sair com essa roupa! — Kinn resmungou de forma birrenta para o pai.

— Ei, escutei que você tentou queimar minha casa ontem. — Khun Korn suspirou e se virou em minha direção para falar comigo.

Mas eu não o respondi.

— Pai! Sobre as roupas, eu não quero ele vestido assim, você sabe que eu tenho um compromisso com o senhor Krit. — disse AnaKinn.

Khun Korn me olhou da cabeça aos pés em silêncio. 

— Se eu morrer cedo, é por sua causa. Você só me dá dor de cabeça. — Khun Korn resmungou, passando a mão nas têmporas. — Porsche, nosso combinado era vestir qualquer roupa que quisesse dentro da casa, mas do lado de fora eu já falei para você vestir o uniforme.

Khun Korn olhou para mim e eu tinha me esquecido completamente que nós tínhamos esse acordo, então eu apenas acenei com a cabeça. Se eu não tivesse feito um acordo com o pai dele, eu nunca seguiria esse infeliz.

— Okay, troque de roupa e espere por mim na frente da casa às duas da tarde. — Kinn disse em um tom de voz normal, mas sua expressão mostrava o contrário.

Eu resmunguei e o xinguei mentalmente. Ele deve estar em êxtase por fazer um introvertido como eu falar com ele o tempo todo.

Eu desisto, você venceu dessa vez. Filho da puta! 

Khun Korn ordenou P'Chan a me dar alguns ternos, quando os peguei fui direto para o meu quarto passar uma água no rosto e trocar de roupa.

Na minha vida passada eu devo ter matado o Kinn para estar recebendo o karma de ser o guarda-costas dele.

Depois que tudo estava pronto, não esqueci de pegar minha arma e carregar ela como P'Chan pediu.

Quando deu o horário marcado, fui esperar Kinn na entrada. Vestir roupas como essas me deixa com cócegas e desconfortável. Os guarda-costas olhavam para mim de um jeito esquisito e alguns deles até sorriaram de modo zombeteiro.

Eu vou lembrar de tudo que todos vocês fizeram para mim, vou esperar esse dia chegar para ter certeza de retribuir cada coisinha.

Não muito depois, Kinn saiu vestido em um terno azul marinho. Ele olhou para mim de cima a baixo antes de sorrir de canto e andar até o Sedan luxuoso que estava estacionado na frente da casa. Eu o segui logo atrás, um pouco confuso sobre onde eu deveria sentar em um carro que o nome do motorista era Sharp, já o outro guarda-costas, ele sentou do lado do motorista, eu continuei de pé andando desajeitado de um lado para o outro antes da voz de Kinn me surpreender.

— Por que você ainda está parado aí? Está esperando o quê? — Eu quase quis socar a cara dele, mas tudo que pude fazer foi entrar no carro fechando a porta com toda a força que consegui. Kinn virou a cabeça para mim com olhos afiados, mas eu o retribui com um olhar tão feroz quanto. Sentei tão longe dele que eu quase me encurralei na porta do carro.

Dentro do carro fomos engolidos pelo silêncio, ninguém se atreveu a falar. Kinn continuava sentado com as pernas cruzadas, mexendo no iPad em suas mãos sem olhar ao redor, lembro que Pete disse que Kinn era o melhor dos três irmãos.

Ele parecia estar certo das suas roupas, dos pés a cabeça, ele não mostrava nada mais que elegância. Uma camisa branca com um terno azul escuro que encaixava no corpo, decorado com um lenço de mão, calças justas, sapatos brilhantes e uma forma limpa de pentear o cabelo, mesmo que parecesse bom, era um jeito incrivelmente velho de se vestir.

— O que você está olhando? — Ele disse, sem nem mesmo olhar para mim e eu rapidamente olhei para o lado de fora da janela.

"Eu olhei pra ele só para confirmar o que Pete disse, nada mais." falei para mim mesmo enquanto engolia saliva.

O carro estacionou na frente de um hotel de luxo, um lugar que eu passo frequentemente, mas que nunca achei que um dia fosse entrar por parecer tão majestoso, era quase inalcançável.

Kinn disse para que os três de nós seguissem-no para dentro e o observasse à distância. Eu nem sei quais os negócios que ele veio fazer aqui, nós entramos no elevador que se moveu para cima e quando as portas foram abertas fiquei chocado em ver o bar luxuoso da cobertura na minha frente.

O som da música crescente tocando acompanhava os passos elegantes de Kinn, que suavemente andou até alguém que ele conhecia fazendo uma saudação. Todos aqui vestiam roupas formais, os homens vestiam terno e gravata e as mulheres arrastavam seus longos vestidos, os levantando como se estivessem com medo de tropeçar.

Decidi andar um pouco e explorar o lugar. Percebi que quando pessoas ricas querem beber elas vêm a lugares luxuosos como esse. 

— Você, fique de olho no Khun Kinn, não tire seus olhos dele. — Sharp disse, andando para perto de mim.

— E você? — perguntei.

— Eu estou olhando ele e você também, é claro. Não se meta em problemas. — Ele me alertou, mas eu não respondi andando para algum lugar que fosse conveniente de olhar, afinal de contas, ele me mandou observar à distância.

Isso deve ser longe o bastante. Andei até o bar e sentei ali na frente, esse lugar é excepcionalmente bom, especialmente as mulheres. Sorri e lancei olhares cheios de flertes para algumas garotas que continuavam me olhando, não muito depois, o garçom se aproximou com uma bebida, apontando para a jovem mulher que sorria para mim.

Acenei com a cabeça em resposta, levantando um pouco o copo de vidro e o levando a minha boca tomando tudo. Bebida de gente rica é boa, macia e concentrada. 

Sorri desajeitado, olhando para ela. Admito que aquela mulher parece atraente, sendo assim, aceitei mais três copos de bebida sem desperdiçar nenhuma gota. O gosto de cada copo era diferente, mas me deu uma satisfação que nunca senti antes.

— Posso sentar com você? — A mulher colocou a mão para a frente dizendo que seu nome era Prim.

— Porsche. — alcancei sua mão tocando e acariciando suavemente, para deixar a mulher à minha frente saber que eu estava interessado. Eu trabalho em um bar por tempo o suficiente para saber como lidar com isso. — Nossos nomes combinam, Prim, vamos tomar uma bebida. — A jovem sorriu docemente, pedindo outra bebida. Sorri olhando para a silhueta e seu rosto adorável.

Você realmente tem bom gosto, Porsche! 

Ao menos essa noite não vou voltar para casa de mãos vazias, mas parece que estou esquecendo de alguma coisa… Foda-se!

Estou mais interessado no licor à minha frente, bebi copo atrás de copo. Nong Prim me dava vários copos me fazendo beber sem parar, me senti entorpecido, mas não bêbado. Eu realmente gosto de beber álcool com uma mulher bonita do meu lado.

Mas sinto como se algo estivesse incomodando a parte de trás do meu cérebro. É como se eu não pudesse lembrar de nada, não consigo pensar direito.

— Porsche, seu bastardo! O que você está fazendo?! — ouvi o guarda-costas de Kinn gritar para mim, enquanto puxava meu braço de repente para que eu virasse meu corpo para olhar para ele.

— O quê?! — perguntei, minha voz soando sombria. Vi a mulher assustada por me ver interagir com esse idiota.

— Khun Kinn! Está acontecendo uma situação no banheiro! — Shia! Meus olhos se arregalaram porque eu finalmente lembrei o que tinha esquecido.

Porra!

— Então por que você não foi ajudar ele? — levantei da cadeira, meus pés se moveram rápido seguindo o bastardo, mas quando olhei para cima o mundo começou a girar.

— Eu vim pra te chamar! — Ele disse enquanto corria. Ao ver isso, corri o seguindo cegamente e acidentalmente fui de encontro a uma mesa. As pessoas ao redor olharam para mim com expressões chocadas em seus rostos, mas eu não me importei e continuei minha busca por Kinn.

Assim que entrei no banheiro, vi Kinn dando conta de três estranhos e os outros guarda-costas se preparavam para lutar. Rapidamente pulei e chutei a pessoa que estava prestes a acertar Kinn.

— Ai! O que você está fazendo?! — De alguma forma, eu me desequilibrei e meu pé pousou bem no peito de Kinn, ele me encarou com raiva e virou para voltar a atacar seus inimigos. 

Sem mais delongas, entrei na luta agarrando a cabeça de alguém batendo nela com meu punho, parece que estamos ganhando, já que a maioria dos bastardos estavam rastejando no chão. 

Pensei ter visto três pessoas ainda lutando, mas estava começando a ver seis, balancei minha cabeça dando tapinhas no meu rosto e voltei a chutar eles, mas novamente chutei errado.

Kinn virou para olhar para mim outra vez e perguntou: — Você está bêbado? — Sua voz estava brava e eu me virei para olhar para ele também.

— Não. — Eu disse, balançando minha  cabeça porque vi que Kinn tinha um irmão gêmeo do lado dele.

•••

— Sharp, cuide de tudo. — Kinn disse depois da briga.

Esperei até que tudo estivesse limpo, ajudei a colocar os sequestradores de Kinn no carro e me enfiei lá também.

Kinn estava com o rosto sombrio e não falou nada. Senti que deixei ele bravo porque as marcas dos meus pés estavam claramente marcadas no peito dele. Eu quase quis bater minha cabeça para me recuperar da tontura.

Neste momento, parece que o álcool está começando a fazer efeito no meu corpo, a dor de cabeça que sinto é ainda mais intensa que antes.

Normalmente eu não fico bêbado tão fácil, mas o licor que aquela mulher me deu era provavelmente um muito forte e eu estupidamente bebi tudo.

Quando chegamos em casa, Kinn ainda não falava. Esperei que ele gritasse me chamando para seu quarto, já estava preparando minhas orelhas e esperei por ele.

Mas não teve gritaria, andei instável e meio tonto, abrindo a porta dando de cara com uma figura alta esperando por mim.

— Me desculpe. — falei primeiro porque eu sei que estou totalmente errado.

— O que diabos você pensa que está fazendo?! — Finalmente sua voz alta preencheu o quarto, eu levantei minha mão tampando um pouco minha orelha.

— Me desculpe, eu… — No meu estado de tontura, silenciosamente admirei a boa aparência de Kinn, que estava na minha frente. Seus ombros grandes que se encaixavam perfeitamente no terno, suas longas pernas acentuadas pela calça que vestia, senti minhas pálpebras ficaram pesadas e um calor subir pelo meu corpo.

Filho da puta! Esse terno está me sufocando! 

Tirei meu terno, abrindo alguns botões da camisa branca, em seguida abri minha calça preta.

Eu não me importo com ele. Somos dois homens de qualquer forma e eu posso dizer com confiança que meu corpo é sexy!

— Que porra você está fazendo?! — Seus olhos se arregalaram furiosos, mas continuaram seguindo meus movimentos. Parecia que eu não iria aguentar nem mais um segundo, então cai no sofá proibido de Kinn.

— Me deixe sentar, minha cabeça dói.

— Você não sente nenhum remorso? — Sua voz alta parecia ter perdido a força, então tive que levantar o rosto para olhar para ele. 

Kinn me olhou de volta com seus olhos quase sem piscar, a raiva em seu rosto estava começando a se dissipar. Eu pensei que a raiva dele iria vir com xingamentos e ódio, porque sentei no sofá dele, mas inexplicavelmente ele parou de gritar comigo.

— O que você está olhando? — perguntei suavemente, ele ainda não tinha parado de me olhar. Então pensei que ele estava esperando uma resposta para a pergunta que fiz antes. — Err… Eu sinto muito, mas, no momento, estou tonto…

— Se você estiver com calor, apenas tire tudo. Você é bonito. — As palavras dele me fizeram sorrir de canto, ele realmente me elogiou? Minha cabeça estava cheia de perguntas quando olhei para o rosto dele, isso é raiva ou o quê? 

— Eu posso tirar tudo? Por que você não me disse antes? — terminei de tirar o terno e removi minha gravata do pescoço, deixando apenas a camisa branca que eu tinha aberto os últimos três botões. 

É um pouco claustrofóbico, essa roupa é realmente desconfortável!

Ele ficou em silêncio, olhando para mim por um longo tempo. Porque ele está sendo tão gentil?

— Eu posso usar você também. — Ele disse se aproximando devagar.

Quando foi que ele ficou tão perto de mim? Seu rosto se aproximou do meu, me fazendo olhar para outro lugar. 

— O que é que você quer que eu faça? E onde você vai me usar? Eu não vou mexer naquela máquina de café de novo! — balancei minha cabeça enquanto falava com ele.

Hoje eu ainda me sinto assombrado pela cafeteira, então não acho que ele possa me usar agora, estou um pouco bêbado.

— Eu não me atreveria a pedir isso de novo. — Ele respondeu.

Fechei meus olhos por um momento e quando os abri novamente, pude ver o rosto de Kinn mais claramente.

Seu rosto estava apenas a alguns centímetros do meu. Eu posso sentir sua respiração quente bater em meu rosto. Olhei para seus olhos, eu não sei como fiquei preso desse jeito, mas eu ficava incapaz de me mover sempre que aqueles olhos olhavam para mim. Meu rosto coçou como se algo quisesse sair dali, o que me deixou irritado esfregando ali, aborrecido.

Droga! Meu corpo está quente, ridiculamente quente! 

Essa sensação me incomoda e eu continuo sentindo. 

— O erro foi meu, me deixe pensar um pouco. — falei em voz baixa.

Então tudo ficou escuro e eu não tenho ideia do que aconteceu depois.

Unindo corações através de histórias — Obrigado por explorar o mundo do BL conosco.

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